SEGREDOS DOS POVOS MAIS LONGEVOS DO MUNDO

Apesar da enorme diversidade cultural, há no mundo regiões privilegiadas onde as pessoas vivem vidas significativamente mais longas e saudáveis. São as famosas “blue zones” ou “zonas azuis”, espalhadas pelo planeta, do Oriente ao Ocidente, cujos “segredos” vêm sendo pouco a pouco revelados pela ciência médica.

 

Conheça os cinco povos mais longevos e saudáveis do mundo

O termo “Blue Zones” ou “Zonas Azuis” foi cunhado por Dan Buettner, bolsista da National Geographic e autor de best-sellers do New York Times, um deles intitulado “Blue Zones”, cuja primeira edição foi lançada em 2008. Desde então, o assunto começou a ganhar grande popularidade internacionalmente. As cinco regiões mapeadas e mais conhecidas no momento são Okinawa (Japão), Península de Nicoya (Costa Rica), Icaria (Grécia), Ogliastra (Sardenha, Itália) e Loma Linda (Califórnia, EUA) [1-2].

Esta última é uma das mais estudadas, até porque lá existe uma Faculdade de Medicina e um reconhecido Centro de Pesquisa, que há anos vem publicando sobre a qualidade de vida de seus habitantes e seus baixos índices de doenças. Seus números de longevidade seus incríveis, muito acima de seus conterrâneos norte-americanos, atingindo não raro a marca dos 90 e 100 anos [3]. Não é incomum você encontrar um Lomalindense nonagenário ou até centenário frequentando academia, dirigindo seu automóvel e até cuidando de seu jardim. Embora haja diferenças culturais marcantes de região para região, as pesquisas identificaram vários pontos comuns no estilo de vida de todas as blue zones. Destacam-se também fatores ambientais que contribuem para a longevidade e saúde de seus residentes.

Mas há uma nota recente e lamentável nisso tudo: Novas gerações nas blue zones estão perdendo parte da cultura de seus antepassados saudáveis e longevos, aderindo aos hábitos ocidentais de alimentação, o que traz incertezas sobre o futuro.

 

Como explicar tanta saúde e vida tão longa?

Como afirma Dan Buettner, “não existem soluções mágicas para uma vida longa.” Os principais fatores destacados na equação cientificamente estudada para a longevidade e bem-estar, embora não deixe de fora a contribuição genética, inclui uma dieta predominantemente baseada em vegetais, baixa ingestão calórica, porém sem desnutrição, atividade física regular, religiosidade, fortes conexões sociais e um senso de propósito [1-2]. A ingestão calórica moderada vem sendo desde longa data associada à longevidade [4], e é talvez o vetor mais forte. Um fato inegável é que o homem moderno, a maioria de nós, come exageradamente, e por isso convivemos com uma pandemia de obesidade sem precedentes, com suas consequências deletérias.


Você é disciplinado para comer?

Se você está acima do peso adequado para seu biotipo e altura, provavelmente está comendo mais que gasta. Isso é importante, mas não é só o que conta. Os habitantes das blue zones notabilizam-se por sua disciplina alimentar como um todo, mantendo vários hábitos alimentares saudáveis, como ingerir mais vegetais, frutas e grãos (plant based diet), nunca sair da mesa “empanturrado” e jantar cedo. Os okinawenses (Japão) têm o costume dizer Hara hachi bun me (腹八分目/はらはちぶんめ), (ou hara hachi bu) antes das refeições, um ensino confucionista que os lembra de não comer mais que 80%. Na prática, significa sempre sair da mesa com “um pouco de fome”, mas não faminto.

 

Mas é possível viver como nas blue zones, ou seria apenas uma curiosidade inalcançável?

O que podemos aprender com as Zonas Azuis? É possível incorporar alguns dos seus costumes para aumentar nossa expectativa e qualidade de vida? Ou se trata de algo muito particular dessas regiões, privilégio genético, utópico para nós, inacessível à vida moderna? Estudos demonstraram que os referidos fatores de estilo de vida podem ser traduzidos em práticas perfeitamente adequáveis a vida moderna, para melhorar os resultados de saúde pública, que, diga-se de passagem, não são nada animadores. Por exemplo, o Projeto Zonas Azuis nos Estados Unidos implementou mudanças ambientais e políticas baseadas nestes princípios, resultando no aumento da esperança de vida e na redução das taxas de obesidade e doenças crónicas [1, 5]. Enfim, essas mudanças podem perfeitamente ser incorporadas à nossa rotina, pelo menos em parte, com alguma disciplina e foco.

 

“Blue zone brasileira”

Na Lapinha, oferecemos aos nossos hóspedes uma imersão que se assemelha em muitos aspectos ao modo de vida nessas regiões, pois contempla exatamente os três níveis de autocuidado que essas pessoas longevas têm: cuidado da alimentação, cuidado do corpo (atividade física e biorritmo) e cuidado da mente (incluindo saúde espiritual). Por isso, nossos clientes nos chamam carinhosamente de “blue zone brasileira”.  

 

Resumindo

A relação entre as Zonas Azuis, longevidade e alegria de viver pode ser explicada por uma combinação de fatores, com destaque a hábitos alimentares saudáveis, atividade física, engajamento social e fatores ambientais. Tudo isso resulta não apenas em vida longa, mas menos adoecimento. Diga-se de passagem, durante a pandemia de covid 19, os habitantes das blue zones estiveram em parte protegidos por seu “escudo” de ótima saúde [6, 7]. E podemos tirar daqui várias aplicações práticas.

 

 

  1. Blue Zones: Lessons From the World’s Longest Lived. Buettner D, Skemp S. American Journal of Lifestyle Medicine. 2016 Sep-Oct;10(5):318-321.
  2. A Narrative Review Exploring the Similarities Between Cilento and the Already Defined “Blue Zones” in Terms of Environment, Nutrition, and Lifestyle: Can Cilento Be Considered an Undefined “Blue Zone”?. Aliberti SM, Donato A, Funk RHW, Capunzo M. Nutrients. 2024;16(5):729. doi:10.3390/nu16050729.
  3. https://www.cnbc.com/2023/09/26/loma-linda-ca-what-the-only-blue-zone-in-the-us-does-for-longevity.html. Acesso em 26/06/2024.
  4. https://sitn.hms.harvard.edu/flash/2020/can-calorie-restriction-extend-your-lifespan/. Acesso em 26/06/2024.
  5. Micro Nudges: A Systems Approach to Health. Buettner D. American Journal of Health Promotion : AJHP. 2021;35(4):593-596. doi:10.1177/08901171211002328d
  6. Extremely reduced COVID-19 mortality in a “Blue Zone”: an observational cohort study. Christodoulos Stefanadis at al. Hellenic J Cardiol.2022 November-December; 68: 60–62. Published online 2022 Sep 22. 
  7. https://about.sharecare.com/blue-zones-project-inspires-resilient-responses-to-covid-19/ . Acesso em 26/06/2024

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