A “MEDICINA FAST HEALTHY”

 

Dra Jacy M. Alves, Médica da Lapinha, especialista em Endocrinologia e Metabologia

A Medicina não é uma ciência exata – isso todos sabem. As verdades podem ser transitórias. Mas vemos cada vez mais pessoas, principalmente as mais abastadas, procurando uma “Medicina Fast Healthy”, onde no anseio de terem vitalidade, função sexual compatível com atores de filmes adultos, a juventude eterna, o não sofrimento a qualquer custo, engolem diariamente pílulas “mágicas” ou compostos injetáveis (muitas vezes pagam uma verdadeira fortuna por isso) que prometem ser a cura para a sua insatisfação com a vida e seus propósitos. Existe certo ou errado? Sinceramente acredito que cada pessoa escolhe seus caminhos e tem autonomia, portanto, talvez essa dicotomia entre certo ou errado não seja a maneira mais correta de expressão, sendo que existem apenas escolhas diferentes, mas uma vez definindo o rumo é preciso aceitar as possíveis consequências.

 

A busca eterna do ser humano pela longevidade é justa?

Claro, afinal a grande maioria das pessoas não pensa muito sobre a finitude da vida, apesar de todos saberem da sua existência. Durante a era renascentista essa busca se limitava ao desejo de forma milagrosas de rejuvenescimento, como o banho na fonte da juventude. Houve uma guinada científica em 1889 com a publicação das auto-experiências de Brown-Séquart com extrato de testículos de animais, o que aparentemente melhorou sua vitalidade, força física e cognição. Este extrato, comercializado como o “Elixir da Vida”, foi vendido por décadas na Europa e América do Norte. No entanto, a replicação dos experimentos de Brown-Séquart demonstrou que tal extrato apresentava apenas concentrações homeopáticas de testosterona, insuficientes para exercer qualquer efeito biológico. Assim, o nascimento da Andrologia começou com um efeito placebo. Nas últimas décadas, a busca por compostos que possam a levar ao rejuvenescimento ganhou força, com a testosterona em primeiro plano. O diagnóstico de hipogonadismo masculino requer a presença de sintomas clínicos como libido baixa, disfunção erétil e fadiga, além da dosagem de testosterona realizada no mínimo em duas ocasiões no período da manhã, na ausência de doenças agudas ou graves. Embora as diretrizes de prática clínica das principais Sociedades Médicas do mundo defendam o tratamento com testosterona em homens com hipogonadismo orgânico, a testosterona continua a ser comercializada com uma droga maravilhosa com efeitos rejuvenescedores na função sexual, vitalidade e uma séries de outros supostos benefícios, não comprovados. Além disso, a epidemia crescente de obesidade, diabetes tipo 2, síndrome metabólica, condições que sabidamente podem associadas a menores níveis de testosterona, trouxe mais uma vez esse hormônio para o palco de discussões e centro de atenção. Embora o número de prescrições de testosterona tenha aumentado de forma avassaladora nas últimas duas décadas, estudos clínicos randomizados cuidadosamente conduzidos sugerem benefícios apenas modestos com o tratamento e em casos de hipogonadismo funcional, como muitas vezes ocorre na obesidade, diabetes tipo 2, essa alteração pode ser revertida tratando as doenças de base e com a mudança de estilo de vida, sem necessidade da reposição de testosterona, numa boa parte dos casos. Em relação à prescrição da testosterona, quando necessária, nos casos de hipogonadismo orgânico, permanecem as preocupações com a segurança, principalmente em homens idosos.

 

Nas mulheres, o abuso do uso de testosterona é ainda mais preocupante…

A situação onde esse hormônio poderia ser indicado seria o Transtorno do Interesse/Excitação Sexual Feminino. E vemos hoje a prescrição desse hormônio sem critérios e muitas vezes sem nenhuma indicação, para fins puramente estéticos, para aumentar a libido ou como uma “nova” forma de terapia hormonal da menopausa, em que muitas vezes não há sequer o uso adequado do estrogênio e progesterona (progesterona para mulheres que possuem útero, pois nas mulheres submetidas à histerectomia o uso de estrogênio não precisa ser acompanhado pelo uso de progesterona). A sexualidade feminina é complexa e não somente relacionada a hormônios como a testosterona. Fatores psicossociais como cultura, crenças religiosas, autoestima, depressão, traumas sexuais como abuso, tipo de relacionamento afetivo, estilo de vida, estresse, doenças e o uso de medicamentos influenciam a sexualidade feminina. O diagnóstico de perda do interesse nas relações sexuais e/ou falta de excitação se baseia na Classificação do DSM 5 e requer critérios bem específicos e precisam estar presentes no mínimo por 6 meses e devem causar angústia à paciente. O diagnóstico desta síndrome, o Transtorno do Interesse/ Excitação Sexual Femininoé realizado com base em critérios exclusivamente clínicos. A dosagem de testosterona não está indicada para o diagnóstico do Transtorno do Interesse/ Excitação Sexual Feminino, nem para avaliação de baixa função ovariana ou adrenal porque o método de dosagem utilizado mundialmente só permite discriminar o excesso de produção de testosterona, como para o diagnóstico de tumores e/ou outras doenças que levam a acne, hirsutismo e virilização. Testosterona total e sobretudo livre só devem ser dosadas na avaliação de hiperandrogenismo. Vale lembrar que no Brasil não existe testosterona para mulher que seja aprovada por órgãos de vigilância sanitária (ANVISA). Mundialmente, não é recomendado o uso de formulações masculinas para mulheres. O uso de Testosterona por mulheres, sem indicação e com medicamentos inadequados, pode levar a efeitos a curto e a longo prazo, dose-dependentes como acne, excesso de pelos, queda de cabelo, aumento do risco cardiovascular, engrossamento da voz, aumento do clitóris, além de dependência psicológica como depressão após a retirada, transtorno da imagem corporal (dismorfofobia, vigorexia) e transtornos alimentares (ortorexia). Essa é a informação que temos até hoje, com maior robustez de evidências, mas claro, cada um continua tendo o livre arbítrio para escolher os seus caminhos.

 

Em homens, a testosterona também não deve ser usada para libido baixa e depressão sem o diagnóstico de hipogonadismo.

O uso de testosterona para ganho de massa muscular é considerado doping em atletas profissionais e ilegal em amadores. Pode levar a efeitos adversos graves e irreversíveis como: aumento do coração e morte súbita, infertilidade, ginecomastia, problemas de fígado, policitemia e risco aumentado de trombose, edema, retenção urinária para pessoas com hipertrofia prostática, distúrbio do sono, supressão transitória ou definitiva da função testicular com parada da produção de testosterona endógena e necessidade de reposição de testosterona em longo prazo.

Você quer ter uma vida com maior bem-estar, sem limitações e mais saudável? O básico segue funcionando: alimentar-se de maneira saudável, praticar exercício físico regularmente, prezar pelo sono de qualidade, gerenciar o estresse, manter relacionamentos/conexões sociais saudáveis, não fumar e consumir bebida alcoólica com moderação, além de praticar a espiritualidade, de alguma forma, fazendo o bem.

 

ENGLISH

 

“FAST HEALTHY MEDICINE”

 

Dr. Jacy M. Alves, Lapinha, specialist in Endocrinology

 

Medicine is not an exact science – everyone knows that. Truths can be temporary. But we see more and more people, especially the wealthiest, looking for a “Fast Healthy Medicine”, where in the desire to have vitality, sexual function compatible with adult film actors, eternal youth, and not to suffer at any cost, they swallow “magic” pills or injectable compounds every day (often paying a fortune for this) that promise to be the cure for their dissatisfaction with life and their goals. Is there right or wrong? I sincerely believe that each person chooses their own path and has autonomy, therefore, perhaps this dichotomy between right and wrong is not the most correct way of expressing it, since there are only different choices, but once the path is defined, it is necessary to accept the possible consequences.

 

Is the eternal search of human beings for longevity fair?

 

Of course, after all, the vast majority of people do not think much about the finiteness of life, despite everyone knowing about its existence. During the Renaissance era, this search was limited to the desire for miraculous forms of rejuvenation, such as bathing in the fountain of youth. There was a scientific shift in 1889 with the publication of Brown-Séquart’s self-experiments with animal testicle extract, which apparently improved his vitality, physical strength and cognition. This extract, marketed as the “Elixir of Life”, was sold for decades in Europe and North America. However, replication of Brown-Séquart’s experiments demonstrated that this extract only presented homeopathic concentrations of testosterone, insufficient to exert any biological effect. Thus, the birth of Andrology began with a placebo effect. In recent decades, the search for compounds that could lead to rejuvenation has gained momentum, with testosterone at the forefront. The diagnosis of male hypogonadism requires the presence of clinical symptoms such as low libido, erectile dysfunction and fatigue, in addition to testosterone levels measured at least twice in the morning, in the absence of acute or serious illnesses. Although clinical practice guidelines from the world’s leading medical societies advocate testosterone treatment in men with organic hypogonadism, testosterone continues to be marketed as a wonder drug with rejuvenating effects on sexual function, vitality and a host of other unproven supposed benefits. In addition, the growing epidemic of obesity, type 2 diabetes and metabolic syndrome, conditions that are known to be associated with low testosterone levels, has once again brought this hormone into the spotlight and into the spotlight. Although the number of testosterone prescriptions has increased dramatically over the past two decades, carefully conducted randomized clinical trials suggest only modest benefits from treatment, and in cases of functional hypogonadism, as often occurs in obesity and type 2 diabetes, this change can be reversed by treating the underlying diseases and changing lifestyle, without the need for testosterone replacement in most cases. Regarding the prescription of testosterone, when necessary, in cases of organic hypogonadism, concerns about safety remain, especially in elderly men.

 

In women, the abuse of testosterone is even more worrying…

 

The situation where this hormone could be indicated would be Female Sexual Interest/Arousal Disorder. And today we see the prescription of this hormone without criteria and often without any indication, for purely aesthetic purposes, to increase libido or as a “new” form of hormone therapy for menopause, in which there is often not even adequate use of estrogen and progesterone (progesterone for women who have a uterus, since in women who have undergone hysterectomy the use of estrogen does not need to be accompanied by the use of progesterone). Female sexuality is complex and not only related to hormones like testosterone. Psychosocial factors such as culture, religious beliefs, self-esteem, depression, sexual traumas like abuse, type of emotional relationship, lifestyle, stress, diseases and the use of medications influence female sexuality. The diagnosis of loss of interest in sexual relations and/or lack of arousal is based on the DSM 5 classification and requires very specific criteria that must be present for at least 6 months and must cause distress to the patient. The diagnosis of this syndrome, Female Sexual Interest/Arousal Disorder, is made based exclusively on clinical criteria. Testosterone levels are not indicated for the diagnosis of Female Sexual Interest/Arousal Disorder, nor for the evaluation of low ovarian or adrenal function because the measurement method used worldwide only allows the discrimination of excess testosterone production, as for the diagnosis of tumors and/or other diseases that lead to acne, hirsutism and virilization. Total and especially free testosterone should only be measured in the evaluation of hyperandrogenism. It is worth remembering that in Brazil there is no testosterone for women that is approved by health surveillance agencies (ANVISA). Worldwide, the use of male formulations for women is not recommended. The use of testosterone by women, without indication and with inappropriate medications, can lead to short- and long-term, dose-dependent effects such as acne, excess hair, hair loss, increased cardiovascular risk, deepening of the voice, enlargement of the clitoris, as well as psychological dependence such as depression after withdrawal, body image disorder (dysmorphophobia, vigorexia) and eating disorders (orthorexia). This is the information we have to date, with greater robustness of evidence, but of course, each person continues to have free will to choose their own path.

 

In men, testosterone should also not be used for low libido and depression without a diagnosis of hypogonadism.

 

The use of testosterone to gain muscle mass is considered doping in professional athletes and illegal in amateurs. It can lead to serious and irreversible adverse effects such as: heart enlargement and sudden death, infertility, gynecomastia, liver problems, polycythemia and increased risk of thrombosis, edema, urinary retention for people with prostatic hypertrophy, sleep disorders, temporary or permanent suppression of testicular function with cessation of endogenous testosterone production and the need for long-term testosterone replacement.

Do you want to have a life with greater well-being, without limitations and healthier? The basics still work: eat healthily, exercise regularly, value quality sleep, manage stress, maintain healthy relationships/social connections, do not smoke and consume alcohol in moderation, in addition to practicing spirituality, in some way, doing good.

 

SÓ PARA QUEM QUER VIVER MAIS E MELHOR

 

Marcielle Pereira, Nutricionista da Lapinha e Dr Daniel S. F. Boarim, Diretor Médico da Lapinha

Juntamos aqui, em poucas páginas, dicas das melhores sociedades médicas internacionais para uma vida mais longa e saudável. Também muito do que dizemos aqui, sobre os três níveis de autocuidado, vem do saber Lapinha, acumulado ao longo de mais de meio século. Saboreie, internalize e aplique!

 

CUIDADO DA ALIMENTAÇÃO

– Procure incluir boa variedade de alimentos na sua rotina. Ter sempre cinco cores diferentes no prato garante melhor nutrição e deixa a alimentação menos monótona.

– Cuide com os excessos, não tenha mais do que duas refeições ‘livres’ durante a semana.

-Os okinawenses (Japão) têm o costume dizer Hara hachi bu me (腹八分目/はらはちぶんめ), antes das refeições, um ensino confucionista que os lembra de não comer mais que 80%. Na prática, significa sempre sair da mesa com “um pouco de fome”, mas não faminto. Para mais detalhes leia nossa interessante matéria sobre as blue zones: https://bibliotecadeconhecimento.lapinha.com.br/segredos-dos-povos-mais-longevos-do-mundo/

– Coma devagar e mastigue muito bem cada bocado. Leve pelo menos 20 a 30 minutos para fazer as refeições irá garantir mais saciedade e menos desconforto digestivo.

– Mantenha uma boa hidratação: o ideal é fazer um cálculo de 30 a 35 ml x o peso corporal, e distribuir essa ingestão ao longo do dia, tomando menos líquido à noite. Quando o clima é quente e seco, a ingesta de água merece ainda mais atenção.

– Faça um planejamento das refeições: organize o menu da semana, a lista de compras e até elabore algumas preparações saudáveis e de rápido preparo para manter no freezer.  Isso irá facilitar sua rotina, diminuindo as chances de ‘sair do planejado’.

– Evite dietas muito restritas, exageradamente hipocalóricas! Procure fazer um acompanhamento nutricional sério para garantir o equilíbrio das suas refeições. Comer muito pouco por muito tempo, além de desnutrir, pode despertar o monstro da compulsão, tendo o efeito exatamente oposto – leva ao reganho de peso e maior engorda. Por isso, siga a orientação de uma nutricionista de orientação sensata. A Lapinha oferece um serviço de qualidade nessa área.

– A proteína é essencial à manutenção da massa muscular e equilíbrio nutricional. Porém, é crítico esclarecer que há muitas dietas da moda “para emagrecer” à base de proteínas, também chamadas “low carb”. Cuidado com essas dietas, que, embora levem a alguma perda de peso, são altamente pró-inflamatórias, estragando a microbiota do intestino e mostrando-se totalmente inadequadas! Não há base científica para recomendar tais dietas com elevados teores de proteína, muito acima do recomendado e necessário.  O equilíbrio é a chave da saúde. Para mais detalhes leia https://bibliotecadeconhecimento.lapinha.com.br/dieta-da-proteina-ajuda-a-emagrecer-ou-a-inflamar/

– Escolha “carboidratos do bem” para consumir no seu dia-a-dia: raízes como batata-doce, aipim, inhame, cereais integrais como aveia, arroz integral, quinoa, frutas e legumes – estas são as melhores fontes de carboidrato, proporcionando saciedade, energia e sensação de bem-estar. Consumir carboidratos refinados como guloseimas, refrigerantes e farinhas brancas fará com que aflore o desejo por açúcar e doces, roubando sua disposição e levando a ganho de peso.

– Se apesar da rotina saudável você comete um deslize ocasional, isso não significa que você ‘colocou tudo a perder’. Siga em frente com as melhores escolhas, na próxima refeição ou no dia seguinte.

– Suplementos podem ser úteis quando há deficiências e necessidades detectáveis, clínica e/ou laboratorialmente. Porém, há hoje uma tendência, pautada às vezes por modismo e mercenarismo, de prescrever suplementos demais, o que está longe do saudável. Infelizmente, essas práticas nada recomendáveis se ocultam às vezes sob as propostas da “medicina do estilo de vida”, “medicina integrativa” e até “nutrologia”, na verdade boas em sua essência.

 

CUIDADO DO CORPO

– Equilibre exercícios aeróbicos, musculação e alongamento. Assim como na dieta é necessário balanceamento, um exercício desequilibrado pode favorecer a ocorrência de lesões e não garante o melhor resultado.

– Busque sempre orientação e liberação médica para as atividades físicas, especialmente se você tem alguma condição patológica de fundo cardio-respiratório, metabólico ou ortopédico.

– Procure também uma orientação de um professor de educação física, e caso haja alguma limitação ortopédica, inclua um fisioterapeuta entre seus orientadores.

– Em geral se recomendam 30 minutos de exercícios planejados e orientados 5x por semana, e para emagrecer uma hora 5x por semana. Mas, veja bem, se você ainda não conseguiu atingir essa meta cientificamente estabelecida, saiba que sair do sedentarismo e começar com 2, 3 ou 4x por semana, desde que você tenha conte com boa orientação, já é um bom começo! Procure evoluir, avançar!

– Cuide do seu sono, mantenha uma rotina mais tranquila no final do dia e procure jantar algo leve, preferencialmente três horas antes de dormir. Isso garantirá um sono mais tranquilo e restaurador.

– O sono, aliás, é o mais importante regulador do biorritmo e participa da homeostase do corpo e da mente. Sono ruim aumenta o risco de doenças cardiovasculares, diabetes e até obesidade!

– Não postergue seu check up médico! Siga a periodicidade recomendada por seu médico e não negligencie os exames preventivos, como mamografia, US mamário, exames de próstata, screening laboratorial, etc.

– Preste atenção na saúde da sua coluna vertebral! Sente-se e caminhe ereto, corrija sua postura.

– Manter o peso saudável, com boa composição corporal (massa magra x massa gorda) é, por unanimidade, essencial à qualidade de vida. Emagrecer requer, todo mundo sabe, atenção plena ao binômio alimentação-exercícios. Mas há um terceiro fator, sem o qual não se consegue sustentar qualquer avanço ou conquista: estamos falando de estratégias comportamentais, que implicam uma virada pra valer na “chavinha mental”. Conheça nosso programa “Emagreça e continue magro”, baseado no consagrado protocolo do Intensive Lifestyle Intervention. Idealmente, entre contato conosco semanas ou meses antes de vir, para já ir se preparando! O resultado é bem melhor assim, e vai requerer também acompanhamento de longo prazo!

– A abstinência de vícios, drogas ilícitas, álcool e fumo, é reconhecidamente condição para desfrutar boa qualidade de vida. Embora a Lapinha NÃO trate dependências químicas como drogadição nem alcoolismo, tratamos sim o tabagismo, DESDE que não haja outras dependências sobrepostas. Importante entrar em contato conosco pelo menos um mês antes, para fazer uma consulta com o médico responsável pelo programa e começar o tratamento antes de vir – esse é o protocolo baseado no melhor resultado! Entender, nesses casos, que você precisa de ajuda, é o primeiro passo rumo à superação!

– O jejum intermitente é uma prática saudável para o corpo e a mente, desde que adotado de forma sensata. Cuidado! As mídias vêm vandalizando esse assunto. Para informações sérias, com embasamento científico leia: https://bibliotecadeconhecimento.lapinha.com.br/jejum-intermitente-beneficios-e-insanidades/

 

CUIDADO DA MENTE

– Vivemos o tempo todo sob intenso bombardeio de estressores. A prevalência atual de transtornos emocionais e mentais é algo sem precedentes na história médica. Pecamos por dedicar pouco tempo à saúde, ao descanso mental e ao equilíbrio espiritual. Aliás, a maioria de nós só se preocupa com saúde quando cai doente! Aqui mora uma das principais causas de sofrimento tanto do corpo como da mente, que funcionam como uma unidade inseparável!

– O que pode nos ajudar a lidar com tantos estressores e alcançar equilíbrio emocional? Tudo o que listamos anteriormente, dentro do cuidado da alimentação e do corpo, são meios de fortalecer a unidade corpo-mente, nossa resistência e resiliência. Exercícios, alimentação saudável, e práticas de gestão do estresse merecem o primeiro lugar na nossa agenda. Lembre-se do óbvio negligenciado: Sem saúde, sem os cuidados que a saúde pede, nossa produtividade e alegria de viver caem drasticamente. Não compensa colocar tudo isso em segundo ou terceiro plano!

– Respirar fisiologicamente, separando pelo menos dois momentos no dia para praticar exercícios respiratórios, é uma das dicas mais simples e eficazes para enfrentamento do estresse! A respiração correta é essencial à boa oxigenação e nutrição do corpo e da mente. Ajuda a conter a ansiedade, mantendo-nos mais calmos, além de promover boa digestão e homeostase metabólica.

– Vale reforçar aqui o papel de destaque do sono na manutenção e recuperação da saúde integral! A maioria das pessoas dorme mal por questões perfeitamente corrigíveis. A higiene do sono é, nesse caso, um dos primeiros passos para as pazes com a saúde. A Lapinha oferece um programa muito bem desenhado, denominado “BEM DORMIR LAPINHA”. Entre em contato conosco pelo menos um mês antes de vir, para você receber orientações e, ao ingressar no programa, ser atendido por nossa médica especialista em medicina do sono e já começar o tratamento. Fazendo assim, os resultados são bem melhores. É um tratamento de longo prazo!

– Religiosidade e fé no Ser Superior, funcionam comprovadamente como poderosas blindagens anti-estresse. Pesquisas revelam que pessoas religiosas vivem mais e melhor.

– Práticas regulares de gestão do estresse, além da respiração, como massoterapia e acupuntura, podem fazer a diferença.

– Não hesite – e isso é muitas vezes indispensável – em procurar ajuda de um psicoterapeuta e de um psiquiatra, profissionais da saúde mental.

 

ENGLISH

 

ONLY FOR THOSE WHO WANT TO LIVE LONGER AND BETTER

 

Marcielle Pereira, Nutritionist at Lapinha and Dr. Daniel S. F. Boarim, Medical Director at Lapinha

 

Here, in just a few pages, we have gathered tips from the best international medical societies for a longer and healthier life. Much of what we say here about the three levels of self-care also comes from Lapinha’s knowledge, accumulated over more than half a century. Savor it, internalize it and apply it!

 

FOOD CARE

– Try to include a good variety of foods in your routine. Always having five different colors on your plate ensures better nutrition and makes your diet less monotonous.

– Be careful not to overindulge, don’t have more than two ‘free’ meals during the week.

-Okinawa residents (Japan) have the custom of saying Hara hachi bu me (腹八分目/はらはちぶんめ) before meals, a Confucian teaching that reminds them not to eat more than 80%. In practice, this means always leaving the table feeling “a little hungry”, but not famished. For more details, read our interesting article on blue zones: https://bibliotecadeconhecimento.lapinha.com.br/segredos-dos-povos-mais-longevos-do-mundo/

– Eat slowly and chew each mouthful very well. Taking at least 20 to 30 minutes to eat your meals will ensure greater satiety and less digestive discomfort.

– Stay well hydrated: the ideal is to calculate 30 to 35 ml x body weight, and distribute this intake throughout the day, drinking less liquid at night. When the weather is hot and dry, water intake deserves even more attention.

– Plan your meals: organize the menu for the week, the shopping list and even prepare some healthy and quick-to-prepare meals to keep in the freezer. This will make your routine easier, reducing the chances of ‘going off plan’.

– Avoid very restrictive, excessively low-calorie diets! Try to get serious nutritional monitoring to ensure that your meals are balanced. Eating too little for too long, in addition to causing malnutrition, can awaken the binge-eating monster, having exactly the opposite effect – it leads to weight regain and greater fat gain. Therefore, follow the advice of a sensible nutritionist. Lapinha offers a quality service in this area.

– Protein is essential for maintaining muscle mass and nutritional balance. However, it is important to clarify that there are many fad “weight loss” diets based on proteins, also called “low carb”. Be careful with these diets, which, although they lead to some weight loss, are highly pro-inflammatory, damaging the intestinal microbiota and proving to be totally inadequate! There is no scientific basis for recommending such diets with high protein levels, far above what is recommended and necessary. Balance is the key to health. For more details, read https://bibliotecadeconhecimento.lapinha.com.br/dieta-da-proteina-ajuda-a-emagrecer-ou-a-inflamar/

– Choose “good carbohydrates” to consume in your daily life: roots such as sweet potatoes, cassava, yams, whole grains such as oats, brown rice, quinoa, fruits and vegetables – these are the best sources of carbohydrates, providing satiety, energy and a feeling of well-being. Consuming refined carbohydrates such as sweets, soft drinks and white flour will cause you to crave sugar and sweets, robbing you of energy and leading to weight gain.

– If, despite a healthy routine, you make an occasional slip-up, this does not mean that you have ‘blown everything away’. Move on with the best choices, at your next meal or the following day.

– Supplements can be useful when there are deficiencies and needs that can be detected clinically and/or in the laboratory. However, there is a tendency today, sometimes driven by fads and merchandising, to prescribe too many supplements, which is far from healthy. Unfortunately, these not very recommendable practices are sometimes hidden under the proposals of “lifestyle medicine”, “integrative medicine” and even “nutriology”, which are actually good in their essence.

 

BODY CARE

– Balance aerobic exercises, weight training and stretching. Just as with diet, balance is necessary, unbalanced exercise can lead to injuries and does not guarantee the best results.

– Always seek medical guidance and approval for physical activities, especially if you have any underlying cardio-respiratory, metabolic or orthopedic conditions.

– Also seek guidance from a physical education teacher, and if you have any orthopedic limitations, include a physiotherapist among your advisors.

– In general, 30 minutes of planned and guided exercises are recommended 5 times a week, and for weight loss, one hour is recommended 5 times a week. But, remember, if you have not yet managed to reach this scientifically established goal, know that leaving a sedentary lifestyle and starting with 2, 3 or 4 times a week, as long as you have good guidance, is already a good start! Try to evolve, move forward!

– Take care of your sleep, maintain a calmer routine at the end of the day and try to have a light dinner, preferably three hours before going to bed. This will ensure a more restful and restorative sleep.

– Sleep, in fact, is the most important regulator of biorhythms and participates in the homeostasis of the body and mind. Poor sleep increases the risk of cardiovascular diseases, diabetes and even obesity!

– Don’t postpone your medical check-up! Follow the frequency recommended by your doctor and do not neglect preventive exams, such as mammograms, breast ultrasounds, prostate exams, laboratory screenings, etc.

– Pay attention to the health of your spine! Sit and walk upright, correct your posture.

– Maintaining a healthy weight, with good body composition (lean mass x fat mass) is, unanimously, essential to quality of life. Losing weight requires, as everyone knows, full attention to the diet-exercise binomial. But there is a third factor, without which no progress or achievement can be sustained: we are talking about behavioral strategies, which imply a real change in the “mental switch”. Learn about our “Lose weight and stay thin” program, based on the renowned Intensive Lifestyle Intervention protocol. Ideally, contact us weeks or months before coming, so that you can start preparing yourself! The results are much better this way, and it will also require long-term monitoring!

– Abstinence from addictions, illicit drugs, alcohol and tobacco, is a recognized condition for enjoying a good quality of life. Although Lapinha does NOT treat chemical dependencies such as drug addiction or alcoholism, we do treat smoking, AS LONG AS there are no other overlapping dependencies. It is important to contact us at least a month in advance, to make an appointment with the doctor responsible for the program and begin treatment before coming – this is the protocol based on the best results! Understanding, in these cases, that you need help is the first step towards overcoming!

– Intermittent fasting is a healthy practice for the body and mind, as long as it is adopted sensibly. Be careful! The media has been vandalizing this subject. For serious information, with scientific basis, read: https://bibliotecadeconhecimento.lapinha.com.br/jejum-intermitente-beneficios-e-insanidades/

 

MENTAL CARE

 

– We live under an intense bombardment of stressors all the time. The current prevalence of emotional and mental disorders is unprecedented in medical history. We are guilty of dedicating little time to our health, mental rest and spiritual balance. In fact, most of us only worry about our health when we get sick! This is one of the main causes of suffering in both the body and the mind, which function as an inseparable unit!

– What can help us deal with so many stressors and achieve emotional balance? Everything we listed above, within the scope of food and body care, are ways to strengthen the body-mind unity, our resistance and resilience. Exercise, healthy eating and stress management practices deserve to be at the top of our agenda. Remember the obvious: Without health, without the care that health requires, our productivity and joy of life drop drastically. It is not worth putting all of this on the back burner!

– Breathing physiologically, setting aside at least two moments a day to practice breathing exercises, is one of the simplest and most effective tips for dealing with stress! Proper breathing is essential for good oxygenation and nutrition of the body and mind. It helps to control anxiety, keeping us calmer, in addition to promoting good digestion and metabolic homeostasis.

– It is worth emphasizing here the important role of sleep in maintaining and recovering overall health! Most people sleep poorly for perfectly correctable reasons. Sleep hygiene is, in this case, one of the first steps towards peace with your health. Lapinha offers a very well-designed program, called “BEM SORMIR LAPINHA”. Contact us at least one month before coming, so that you can receive guidance and, upon joining the program, be seen by our doctor specializing in sleep medicine and start treatment right away. Doing so, the results are much better. It is a long-term treatment!

– Religiosity and faith in the Higher Being have proven to work as powerful anti-stress shields. Research shows that religious people live longer and better.

– Regular stress management practices, in addition to breathing, such as massage therapy and acupuncture, can make a difference.

– Do not hesitate – and this is often essential – to seek help from a psychotherapist and a psychiatrist, mental health professionals.

“DIETA DA PROTEÍNA” – EMAGRECE OU INFLAMA?

Dr Daniel S F Boarim – Diretor médico da Lapinha SPA

 

Uma dúvida recorrente: Entre os pesquisadores de nutrição, é ponto pacífico que o balanço das proteínas na dieta é essencial à manutenção ou ganho de massa muscular, mantendo o metabolismo e a composição corporal equilibrados. Também sabemos que dietas mais ricas em proteínas ajudam a promover a saciedade, podendo apoiar o emagrecimento. Porém – e aqui mora o paradoxo – estudos recentes apontam para um efeito inflamatório de dietas abundantes em proteínas, especialmente provenientes de fontes animais. Essas dietas tendem a desequilibrar a microbiota e criar um ambiente propício ao desenvolvimento de doenças crônicas. E aí? Como conciliar isso?

 

PROTEÍNAS PODEM SER PRÓ-INFLAMATÓRIAS?

 

Estudos atuais vêm revelando que dietas ricas em proteínas, especialmente aquelas ricas em alimentos de fontes animais, podem exacerbar a inflamação, atrelada à disbiose (desequilíbrio da microbiota do intestino) e ao risco de doenças crônicas. Um desses estudos descobriu que uma dieta abundante em proteínas (perfazendo 30% de energia) aumentou os marcadores de inflamação em indivíduos obesos em comparação com uma dieta adequada em proteínas, com 15% do VET (valor energético total). [1] Da mesma forma, outros estudos demonstraram que dietas ricas em proteína animal podem promover respostas pró-inflamatórias de macrófagos, exacerbando a colite.[2]

 

TIPO DE PROTEÍNA

 

O tipo de proteína também desempenha um papel significativo. As proteínas animais, especialmente as provenientes da carne, têm sido associadas ao aumento de marcadores inflamatórios, enquanto as proteínas vegetais não parecem ter o mesmo efeito.[1][3]. Por exemplo, um estudo comparando diferentes fontes de proteína descobriu que a proteína do soro de leite teve uma resposta inflamatória pós-prandial menor em comparação com as proteínas do bacalhau e da caseína.[4]

 

DIETAS DE PROTEÍNA ALTERAM A MICROBIOTA?

 

Além disso, dietas ricas em proteínas a longo prazo podem alterar a microbiota intestinal, aumentar a permeabilidade intestinal e levar à inflamação sistêmica.[5] Isto é particularmente preocupante no contexto de dietas ricas em gordura, onde a combinação de alto teor de proteína e alto teor de gordura pode agravar ainda mais as respostas inflamatórias.[6-7]

 

PROTEÍNAS PROMOVEM A SACIEDADE?

 

Por outro lado, foi demonstrado que dietas ricas em proteínas promovem a saciedade e por tabela reduzem a ingestão calórica, o que pode ajudar no controle de peso. Isso se deve aos efeitos combinados de níveis elevados de aminoácidos plasmáticos, aumento das concentrações de hormônios anorexígenos e aumento da termogênese induzida pela dieta.[8-9] Além disso, dietas ricas em proteínas podem ajudar a preservar a massa livre de gordura durante a perda de peso, o que, no longo prazo, é crucial para manter o gasto energético basal.[10]

 

DIETAS PLANT BASED

 

A fonte e a qualidade da proteína também desempenham papéis significativos. Aqui, mais uma novidade que fala a favor da plant based diet e dieta DASH: Observou-se que a proteína do soro de leite e as proteínas vegetais exercem efeitos favoráveis ​​na composição corporal e nos parâmetros metabólicos, reduzindo potencialmente o risco de desenvolver obesidade.[11] Veja bem, proteínas vegetais! Demonstrou-se também que aminoácidos específicos, como aminoácidos de cadeia ramificada (BCAAs), metionina e triptofano, influenciam positivamente os parâmetros relacionados à obesidade, embora a maioria das evidências venha de estudos em cobaias de laboratório.[12]

 

DIETA LOW CARB

 

Há uma hipótese, que acabou sendo distorcida a ponto de se tornar um modismo pernicioso, da assim chamada “alavancagem proteica”, que deu à luz as dietas “low carb”. Essa hipótese sugere que dietas pobres em proteínas podem aumentar a ingestão de energia total, incluindo carboidratos, e assim contribuindo para a obesidade. E, até certo ponto, há dados que a apoiam, mostrando que uma maior ingestão de proteínas está associada a uma menor ingestão total de energia, independentemente do teor de carboidratos ou gordura da dieta. [4-5]. Porém, isso está longe de abonar um plano alimentar exagerado em proteínas animais ou “livre” de carboidratos. É preciso lembrar que os carboidratos “do bem” vêm sendo confundidos com os “do mal”, levando à demonização de frutas, raízes e cereais integrais, certamente um desatino que não conta com qualquer respaldo científico.

 

RESUMO

 

Resumindo, as dietas adequadas em proteínas, podendo atingir proporções leve e calculadamente maiores, sem excluir os carboidratos saudáveis, podem ser benéficas para o controle do peso, promovendo a saciedade, preservando a massa magra e reduzindo potencialmente a ingestão global de energia. No entanto, os efeitos no longo prazo e as fontes proteicas devem ser considerados, pois proteína demais, especialmente as de fonte animal, apresenta efeitos inflamatórios, favorecendo o aparecimento de males crônicos. O tipo e a quantidade de proteína devem ser cuidadosamente levados em conta para mitigar essas reações indesejáveis. A solução desse aparente paradoxo se traduz, como sempre, no equilíbrio e no bom-senso. Nem tanto ao mar nem tanto à terra. Nem proteína demais, nem de menos.

 

Referências

 

    1. Lopez-Legarrea P, de la Iglesia R, Abete I, et al. The Protein Type Within a Hypocaloric Diet Affects Obesity-Related Inflammation: The RESMENA Project. Nutrition (Burbank, Los Angeles County, Calif.). 2014;30(4):424-9. doi:10.1016/j.nut.2013.09.009
    2. Kostovcikova K, Coufal S, Galanova N, et al. Diet Rich in Animal Protein Promotes Pro-Inflammatory Macrophage Response and Exacerbates Colitis in Mice. Frontiers in Immunology. 2019;10:919. doi:10.3389/fimmu.2019.00919. Copyright License: CC BY
    3. Markova M, Koelman L, Hornemann S, et al. \Effects of Plant and Animal High Protein Diets on Immune-Inflammatory Biomarkers: A 6-Week Intervention Trial. Clinical Nutrition (Edinburgh, Scotland). 2020;39(3):862-869. doi:10.1016/j.clnu.2019.03.019.
    4. Holmer-Jensen J, Karhu T, Mortensen LS, et al. Differential Effects of Dietary Protein Sources on Postprandial Low-Grade Inflammation After a Single High Fat Meal in Obese Non-Diabetic Subjects. Nutrition Journal. 2011;10:115. doi:10.1186/1475-2891-10-115. Copyright License: CC BY
    5. Snelson M, Clarke RE, Nguyen TV, et al. Long Term High Protein Diet Feeding Alters the Microbiome and Increases Intestinal Permeability, Systemic Inflammation and Kidney Injury in Mice. Molecular Nutrition & Food Research. 2021;65(8):e2000851. doi:10.1002/mnfr.202000851.
    6. Zhang M, Song S, Zhao D, et al. High Intake of Chicken and Pork Proteins Aggravates High-Fat-Diet-Induced Inflammation and Disorder of Hippocampal Glutamatergic System. The Journal of Nutritional Biochemistry. 2020;85:108487. doi:10.1016/j.jnutbio.2020.108487.
    7. Hussain M, Umair Ijaz M, Ahmad MI, et al. Meat Proteins in a High-Fat Diet Have a Substantial Impact on Intestinal Barriers Through Mucus Layer and Tight Junction Protein Suppression in C57bl/6j Mice. Food & Function. 2019;10(10):6903-6914. doi:10.1039/c9fo01760g
    8. Drummen M, Tischmann L, Gatta-Cherifi B, Adam T, Westerterp-Plantenga M. Dietary Protein and Energy Balance in Relation to Obesity and Co-Morbidities. Frontiers in Endocrinology. 2018;9:443. doi:10.3389/fendo.2018.00443. Copyright License: CC BY
    9. Westerterp-Plantenga MS, Lemmens SG, Westerterp KR. Dietary Protein – Its Role in Satiety, Energetics, Weight Loss and Health. The British Journal of Nutrition. 2012;108 Suppl 2:S105-12. doi:10.1017/S0007114512002589.
    10. Simonson M, Boirie Y, Guillet C. Protein, Amino Acids and Obesity Treatment. Reviews in Endocrine & Metabolic Disorders. 2020;21(3):341-353. doi:10.1007/s11154-020-09574-5. Copyright License: CC BY
    11. Gosby AK, Conigrave AD, Raubenheimer D, Simpson SJ.Protein Leverage and Energy Intake. Obesity Reviews : An Official Journal of the International Association for the Study of Obesity. 2014;15(3):183-91. doi:10.1111/obr.12131.
    12. Grech A, Sui Z, Rangan A, et al. Macronutrient (Im)balance Drives Energy Intake in an Obesogenic Food Environment: An Ecological Analysis. Obesity (Silver Spring, Md.). 2022;30(11):2156-2166. doi:10.1002/oby.23578.

 

 

ENGLISH

 

“Protein diet” – Does it help you lose weight or cause inflammation?

 

Dr Daniel S F Boarim, MD, Medical Director of Lapinha SPA

 

A recurring question: Among nutrition researchers, it is common ground that a balanced diet of proteins is essential for maintaining or gaining muscle mass, keeping metabolism and body composition balanced. We also know that diets richer in proteins help promote satiety, which can support weight loss. However – and here lies the paradox – recent studies point to an inflammatory effect of diets rich in proteins, especially those from animal sources. These diets tend to unbalance the microbiota and create an environment conducive to the development of chronic diseases. So what? How can this be reconciled?

 

CAN PROTEINS BE PRO-INFLAMMATORY?

 

Current studies have revealed that diets rich in proteins, especially those rich in foods from animal sources, can exacerbate inflammation, linked to dysbiosis (imbalance of the intestinal microbiota) and the risk of chronic diseases. One such study found that a high-protein diet (making up 30% of energy) increased markers of inflammation in obese individuals compared to a high-protein diet with 15% of total energy value.[1] Similarly, other studies have shown that diets high in animal protein can promote pro-inflammatory macrophage responses, exacerbating colitis.[2]

 

TYPE OF PROTEIN

 

The type of protein also plays a significant role. Animal proteins, especially those from meat, have been associated with increased inflammatory markers, while plant proteins do not appear to have the same effect.[1][3]. For example, a study comparing different protein sources found that whey protein had a lower postprandial inflammatory response compared to cod and casein proteins.[4]

 

DO PROTEIN DIETS ALTER THE MICROBIOTA?

 

Furthermore, long-term high-protein diets can alter the gut microbiota, increase intestinal permeability, and lead to systemic inflammation.[5] This is particularly concerning in the context of high-fat diets, where the combination of high protein and high fat can further exacerbate inflammatory responses.[6-7]

 

DOES PROTEIN PROMOTE SATIETY?

 

On the other hand, high-protein diets have been shown to promote satiety and thereby reduce caloric intake, which may aid in weight management. This is due to the combined effects of elevated plasma amino acid levels, increased concentrations of anorectic hormones, and increased diet-induced thermogenesis.[8-9] Furthermore, high-protein diets may help preserve fat-free mass during weight loss, which in the long term is crucial for maintaining basal energy expenditure.[10]

 

PLANT-BASED DIETS

 

The source and quality of protein also play significant roles. Here’s another piece of news that speaks in favor of the plant-based diet and the DASH diet: Whey protein and plant proteins have been shown to have favorable effects on body composition and metabolic parameters, potentially reducing the risk of developing obesity.[11] Well, plant proteins! Specific amino acids, such as branched-chain amino acids (BCAAs), methionine, and tryptophan, have also been shown to positively influence obesity-related parameters, although most of the evidence comes from studies in laboratory animals.[12]

 

LOW CARB DIET

 

There is a hypothesis, which has ended up being distorted to the point of becoming a pernicious fad, of the so-called “protein leverage,” which gave rise to “low-carb” diets. This hypothesis suggests that low-protein diets can increase total energy intake, including carbohydrates, and thus contribute to obesity. And to some extent, there is data to support this, showing that higher protein intake is associated with lower total energy intake, regardless of the carbohydrate or fat content of the diet. [4-5]. However, this is far from supporting a diet plan that is excessive in animal proteins or “free” of carbohydrates. It is important to remember that “good” carbohydrates have been confused with “bad” carbohydrates, leading to the demonization of fruits, roots and whole grains, which is certainly a nonsense that has no scientific basis.

 

ABSTRACT

 

In summary, diets that are adequate in protein, which can be achieved in slightly higher proportions and that do not exclude healthy carbohydrates, can be beneficial for weight control by promoting satiety, preserving lean mass and potentially reducing overall energy intake. However, long-term effects and protein sources should be considered, as too much protein, especially from animal sources, has inflammatory effects,

 

References

 

  1. Lopez-Legarrea P, de la Iglesia R, Abete I, et al. The Protein Type Within a Hypocaloric Diet Affects Obesity-Related Inflammation: The RESMENA Project. Nutrition (Burbank, Los Angeles County, Calif.). 2014;30(4):424-9. doi:10.1016/j.nut.2013.09.009
  2. Kostovcikova K, Coufal S, Galanova N, et al. Diet Rich in Animal Protein Promotes Pro-Inflammatory Macrophage Response and Exacerbates Colitis in Mice. Frontiers in Immunology. 2019;10:919. doi:10.3389/fimmu.2019.00919. Copyright License: CC BY
  3. Markova M, Koelman L, Hornemann S, et al. \Effects of Plant and Animal High Protein Diets on Immune-Inflammatory Biomarkers: A 6-Week Intervention Trial. Clinical Nutrition (Edinburgh, Scotland). 2020;39(3):862-869. doi:10.1016/j.clnu.2019.03.019.
  4. Holmer-Jensen J, Karhu T, Mortensen LS, et al. Differential Effects of Dietary Protein Sources on Postprandial Low-Grade Inflammation After a Single High Fat Meal in Obese Non-Diabetic Subjects. Nutrition Journal. 2011;10:115. doi:10.1186/1475-2891-10-115. Copyright License: CC BY
  5. Snelson M, Clarke RE, Nguyen TV, et al. Long Term High Protein Diet Feeding Alters the Microbiome and Increases Intestinal Permeability, Systemic Inflammation and Kidney Injury in Mice. Molecular Nutrition & Food Research. 2021;65(8):e2000851. doi:10.1002/mnfr.202000851.
  6. Zhang M, Song S, Zhao D, et al. High Intake of Chicken and Pork Proteins Aggravates High-Fat-Diet-Induced Inflammation and Disorder of Hippocampal Glutamatergic System. The Journal of Nutritional Biochemistry. 2020;85:108487. doi:10.1016/j.jnutbio.2020.108487.
  7. Hussain M, Umair Ijaz M, Ahmad MI, et al. Meat Proteins in a High-Fat Diet Have a Substantial Impact on Intestinal Barriers Through Mucus Layer and Tight Junction Protein Suppression in C57bl/6j Mice. Food & Function. 2019;10(10):6903-6914. doi:10.1039/c9fo01760g
  8. Drummen M, Tischmann L, Gatta-Cherifi B, Adam T, Westerterp-Plantenga M. Dietary Protein and Energy Balance in Relation to Obesity and Co-Morbidities. Frontiers in Endocrinology. 2018;9:443. doi:10.3389/fendo.2018.00443. Copyright License: CC BY
  9. Westerterp-Plantenga MS, Lemmens SG, Westerterp KR. Dietary Protein – Its Role in Satiety, Energetics, Weight Loss and Health. The British Journal of Nutrition. 2012;108 Suppl 2:S105-12. doi:10.1017/S0007114512002589.
  10. Simonson M, Boirie Y, Guillet C. Protein, Amino Acids and Obesity Treatment. Reviews in Endocrine & Metabolic Disorders. 2020;21(3):341-353. doi:10.1007/s11154-020-09574-5. Copyright License: CC BY
  11. Gosby AK, Conigrave AD, Raubenheimer D, Simpson SJ.Protein Leverage and Energy Intake. Obesity Reviews : An Official Journal of the International Association for the Study of Obesity. 2014;15(3):183-91. doi:10.1111/obr.12131.
  12. Grech A, Sui Z, Rangan A, et al. Macronutrient (Im)balance Drives Energy Intake in an Obesogenic Food Environment: An Ecological Analysis. Obesity (Silver Spring, Md.). 2022;30(11):2156-2166. doi:10.1002/oby.23578.

 

 

 

 

MEDICAMENTOS PARA EMAGRECER – OZEMPIC, MONJAURO E OUTROS

Dr Daniel S F Boarim MD – Diretor clínico

Conteúdo para médicos

Antes de começar essa review rápida e informal, quero lembrar com toda ênfase possível, aquilo que pressuponho  vocês já saibam, de que nenhum tratamento farmacológico é eficaz sem mudanças sustentáveis no estilo de vida. As medidas do estilo de vida estão SEMPRE na base da pirâmide. Depois vem a abordagem farmacológica, e finalmente as cirurgias bariátricas/metabólicas. 

Percebo que “Ozempic”, de tanto que vem sendo prescrito, algumas vezes, na minha opinião, inadequadamente, quase se tornou, popularmente, um “termo genérico” para medicamentos análogos do GLP-1, incluindo medicamentos como Wegovy, Mounjaro e Zepbound, que – vale apena lembrar – têm algumas distinções importantes.

De acordo com a regulamentação neste momento, Ozempic, embora todos indiquemos para emagrecer (off label), até recentemente não estava aprovado para perda de peso. Mas isso pode mudar a qualquer momento. Outra droga, o Mounjaro, também não. Esses dois são aprovados para diabetes. Embora ambos sejam bastante prescritos e usados OFF LABEL para a perda de peso. A maioria de nós prescreve, havendo aqui apenas um detalhe de regulação, que explico adiante.  

Já o Wegovy e Zepbound foram desenvolvidos com foco em obesidade ou sobrepeso, ou quando há sobreposta outra condição relacionada ao excesso de peso, como hipertensão, DSLP, diabetes, etc.

Sobre os efeitos colaterais de todas essas drogas, incluem-se principalmente distúrbios gastrointestinais, e por isso (opinião minha) acredito que possam, ao longo do tempo, afetar adversamente a microbiota pelos seus efeitos na motilidade. Certamente precisamos de mais estudos sobre isso, mas é inegável que obviamente o benefício do emagrecimento, quando se impõe, acabará em muitos casos compensando esse possível risco.

 

WEGOVY  X  OZEMPIC

Ambos fabricados pela Novo Nordisk. Vamos entender as diferenças.

O Wegovy foi aprovada no começo de 2023, pela Anvisa. O princípio ativo é a semaglutida, o mesmo do Ozempic. Porém, na regulamentação, o Ozempic é indicado para o tratamento de diabetes tipo 2, e usado off label (até essa data), como foi dito, para obesidade.

E qual é a diferença em relação ao Ozempic? Há pelo menos duas: (1) DOSAGEM. O Wegovy chega até 2,4mg na ‘canetinha’, enquanto o Ozempic a dosagem máxima é 1 mg. Ambos são aplicados semanalmente. O Ozempic foi aprovado pelo FDA para diabetes tipo 2 em doses de 0,5 mg e 1 mg em 2017, e numa dose de 2 mg em 2022.

O FDA aprovou Wegovy em doses injetáveis maiores – de 2,4 mg uma vez por semana em 2022.

(2) As ferramentas de administração são um pouco diferentes. A injeção de Wegovy é administrada através de uma caneta descartável de uso único. Já as canetas do Ozempic permitem vários usos. 

Originalmentre, o Wegovy foi aprovado para um IMC de 30 ou mais, e IMC de 27 ou mais (sobrepeso) desde que haja uma condição relacionada ao peso, como hipertensão ou diabetes.

Mas na prática tem um monte de gente tomando por conta própria, até na faixa normal de peso, e muitos colegas receitando “a rodo”. Um modismo e imediatismo. Como disse acima, nada, nada mesmo, substitui a mudança de comportamento, e esses medicamentos vieram também para apoiar essa mudança, pois ajudam o compulsivo, o beliscador, o glutão e o desregrado a comerem menos e a reordenarem seus hábitos. Mas não para serem usados indiscriminadamente, e pior ainda, sem orientação médica.

Voltando ao famoso Wegovy, li uma pesquisa que durou 68 semanas envolvendo quase 2.000 pessoas que tomaram a dose de 2,4 mg de Wegovy e que perderam cerca de 15% do peso corporal. Resultado muito bom!

Já esses benefícios sugeridos podem ser aplicados ao Ozempic também, mesmo que numa proporção menor, pela limitação de dose a 1 mg? Decerto sim, mas tem a questão de regulação legal.

Em contrapartida – e isso é importante para nós – outro ensaio publicado em 2022 sugeriu que as pessoas que pararam de usar semaglutida nas doses de 2,4 mg do Wegovy, recuperaram dois terços do peso perdido em um ano (dois terços do peso!). Veja bem, se não houver mudança de comportamento para valer, O PESO VOLTA MESMO COM A MELHOR DAS DROGAS!

Outro paper interessante é de um estudo divulgado pela Novo Nordisk, duplo-cego, sobre resultados cardiovasculares, denominado SELECT, que foi encomendado em agosto de 2023 (considere-se o conflito de interesses). Incluiu mais de 17.000 adultos com 45 anos ou mais, com sobrepeso ou obesidade, e tinham doença cardiovascular estabelecida, mas sem histórico de diabetes. Os resultados foram muito divulgados no mundo inteiro através de congressos e publicações, e mostraram uma redução significativa do risco de eventos cardiovasculares adversos maiores (MACE) por até cinco anos. Outros estudos anteriores já haviam sugerido benefícios cardiovasculares relacionados às incretinas, de modo que há dezenas de papers apontando nessa direção.

 

MOUNJAURO X ZEPBOUND (Tirzepatide)

O Mounjaro e o Zepbound são fabricados pela Eli Lily. Bem parecido com o que acontece com o Ozempic e o Wegovy da Novo Nordisk, o Mounjauro foi aprovado para diabetes tipo 2 em 2022, e o Zepbound para a perda de peso em 8 de novembro de 2023.

E semelhantemente ao Wegovy, os indivíduos que se qualificam para fazer o Zepbound devem atender aos seguintes critérios: Um índice de massa corporal (IMC) de 30 ou maior (obesidade), e IMC de 27 ou mais (sobrepeso) mais uma condição relacionada ao peso, como dislipidemia, diabetes, HAS.

Porém, ao contrário de Ozempic e Wegovy, essencialmente não há diferença entre Mounjaro e Zepbound além do nome comercial.

Mas os princípios ativos semaglutida e tirzepatida não são a mesma coisa.

A tirzepatida age num receptor do polipeptídeo insulinotrópico dependente de glicose (GIP) e também como agonista do receptor GLP-1. Um efeito dual. E ambos são hormônios da saciedade produzidos naturalmente pelo intestino, da classe das incretinas, mas aqui alterados molecularmente para uma vida últil bem mais longa, mantendo uma ação prolongada de vários dias. Por isso a posologia semanal, bem confortável.

Em todos os casos, potencializa-se a sensação de saciedade e ocorre retardo no esvaziamento gástrico, o que diminui a ingesta total de comida na refeição, ajudando no controle das porções. Mas, podendo gerar os efeitos colaterais de que falamos, principalmente náusea. E quanto mais intenso esse desconforto a predição de efeito positivo talvez seja maior. Por mais lógica que pareça essa associação, afirmar isso pede mais estudos. Por outro lado, essa colateralidade é muito desagradável e acaba sendo um limitante em alguns casos, pedindo associação de drogas anti-eméticas como o ondansetrona, ou em casos mais severos, até a suspensão da droga.

A Eli Lily encomendou duas pesquisas, a SURMOUNT-3 e SURMOUNT-4, que indicaram perda de peso de 26,6% num período de 84 semanas (0,317/semana), o que é mais do que os 15% que as pessoas perderam usando Wegovy em um período mais curto de 68 semanas (0,22/semana). Existe também a possibilidade de se tomar uma dose semanal mais elevada.

O Mounjaro é administrado de modo semelhante às outras drogas, através de injeção subcutânea, uma vez por semana, por meio de uma caneta injetora descartável de uso único. A dose inicial é de 2,5 mg, aumentando em 2,5 mg a cada quatro semanas até atingir a dose final de 15 mg, ou a dose máxima tolerada.

Há ensaios que apontam à tirzepatida como a “melhor tolerada”. Mas é preciso levar em conta a ferrenha disputa entre as marcas. São necessários estudos adicionais para afirmarmos isso.

Imaginem só, uma perda de peso mais significativa e o potencial para menos efeitos colaterais, podem fazer com que a tirzepatida se torne em pouco tempo a melhor opção! Mas, reforço, ainda é cedo para se dizer algo assim em base conclusiva.

Por fim, estamos apenas começando nosso aprendizado sobre esses medicamentos, e o tempo é o melhor juiz, como já aconteceu com muitas drogas, que ao serem lançadas, eram a coqueluche do momento, mas anos depois, chegaram a ser proibidas por efeitos não observados nos ensaios iniciais.

 

VALE SEMPRE REFORÇAR QUE…

Tanto para a semaglutida como a tirzepatida os ensaios tiveram o bom senso de afirmar que os  benefícios da perda de peso ocorreram em conjunto com outras mudanças no estilo de vida, como dieta e exercício.

 

Referências

Kraftson,  Griauzde, What Should I Know About Injectable Weight-Loss Medications? JAMA Internal Medicine Patient Page, March 11, 2024.

Garvey W Timothy, Tirzepatide once weekly for the treatment of obesity in people with type 2 diabetes (SURMOUNT-2): a double-blind, randomised, multicentre, placebo-controlled, phase 3 trial. Lancet, 2023 Aug 19;402(10402):613-626.

Wadden Thomas A  , Tirzepatide after intensive lifestyle intervention in adults with overweight or obesity: the SURMOUNT-3 phase 3 trial, Nat Med 2023 Nov;29(11):2909-2918.

 

 

ENGLISH

Lapinha medical knowledge – for doctors 05/28/2024

WEIGHT LOSS MEDICINES – OZEMPIC, WEGOVY AND OTHERS

Dr Daniel S F Boarim, MD – Clinical Director

Content for doctors

Before starting this quick and informal review, I want to remind you, as emphatically as possible, of what I assume you already know, which is that no pharmacological treatment is effective without sustainable changes in your lifestyle. Lifestyle measurements are ALWAYS at the base of the pyramid. Then comes the pharmacological approach, and finally bariatric/metabolic surgeries. 

I realize that “Ozempic”, as it has been prescribed so much, sometimes, in my opinion, inappropriately, has almost become, popularly, a “generic term” for GLP-1 analogue medicines, including Wegovy, Mounjaro and Zepbound, which – let it be said with emphasis – have some important distinctions.

According to the regulations at the moment (in Brazil), Ozempic, although we all recommend it for weight loss (off label), until recently was not approved for weight loss. But this could change at any time. Neither does another drug, Mounjaro. These two are approved for diabetes. Although both are widely prescribed and used OFF LABEL for weight loss. Most of us prescribe, there being only one regulatory detail here, which I explain below. 

Wegovy and Zepbound were developed with a focus on obesity or overweight, or when there is another condition related to excess weight, such as hypertension, DSLP, diabetes, etc.

The side effects of all these drugs mainly include gastrointestinal disorders, and therefore (my opinion) I believe that they can, over time, adversely affect the microbiota due to their effects on motility. We certainly need more studies on this, but it is undeniable that the benefit of weight loss, when necessary, will in many cases end up offsetting this possible risk.

 

WEGOVY

Both manufactured by Novo Nordisk. Let’s understand the differences.

Wegovy was approved at the beginning of 2023, by Anvisa. The active ingredient is semaglutide, the same as Ozempic. However, in regulations, Ozempic is indicated for the treatment of type 2 diabetes, and used off-label (until this date), as mentioned, for obesity.

And what is the difference compared to Ozempic? There are at least two: (1) DOSAGE. Wegovy reaches up to 2.4 mg in the ‘pen’, while Ozempic the maximum dosage is 1 mg. Both are applied weekly. Ozempic was approved by the FDA for type 2 diabetes in doses of 0.5 mg and 1 mg in 2017, and in a dose of 2 mg in 2022.

The FDA approved Wegovy in higher injectable doses – 2.4 mg once weekly in 2022.

(2) The administration tools are a little different. Wegovy injection is administered via a single-use disposable pen. Ozempic pens allow for multiple uses. 

Originally, Wegovy was approved for a BMI of 30 or more, and a BMI of 27 or more (overweight) as long as there is a weight-related condition such as hypertension or diabetes.

But in practice, there are a lot of people taking it on their own, even in the normal weight range, and many colleagues prescribing it “by accident”. A fad and immediacy. As I said above, nothing, absolutely nothing, replaces a change in behavior, and these medications also came to support this change, as they help the compulsive, the picky, the gluttonous and the unruly to eat less and reorganize their habits. But not to be used indiscriminately, and even worse, without medical advice.

Returning to the famous Wegovy, I read a research that lasted 68 weeks involving almost 2,000 people who took the 2.4 mg dose of Wegovy and lost around 15% of their body weight. Very good result!

Can these suggested benefits be applied to Ozempic as well, even if to a lesser extent, due to the dose limitation of 1 mg? Of course yes, but there is the issue of legal regulation.

In contrast – and this is important to us – another trial published in 2022 suggested that people who stopped using semaglutide at Wegovy’s 2.4 mg doses gained back two-thirds of the weight lost in a year (two-thirds of the weight!) . You see, if there is no real change in behavior, THE WEIGHT COMES BACK EVEN WITH THE BEST OF DRUGS!

Another interesting paper is from a double-blind study released by Novo Nordisk on cardiovascular outcomes, called SELECT, which was commissioned in August 2023 (consider the conflict of interest). It included more than 17,000 adults aged 45 and over who were overweight or obese and had established cardiovascular disease but no history of diabetes. The results were widely publicized throughout the world through congresses and publications, and showed a significant reduction in the risk of major adverse cardiovascular events (MACE) for up to five years. Other previous studies had already suggested cardiovascular benefits related to incretins, so there are dozens of papers pointing in this direction.

 

MOUNJAURO X ZEPBOUND (Tirzepatide)

Mounjaro and Zepbound are manufactured by Eli Lily. Much like Novo Nordisk’s Ozempic and Wegovy, Mounjauro was approved for type 2 diabetes in 2022, and Zepbound for weight loss on November 8, 2023.

And similar to Wegovy, individuals qualifying to take Zepbound must meet the following criteria: A body mass index (BMI) of 30 or greater (obesity), and BMI of 27 or greater (overweight) plus a weight-related condition , such as dyslipidemia, diabetes, hypertension.

However, unlike Ozempic and Wegovy, there is essentially no difference between Mounjaro and Zepbound other than the trade name.

But the active ingredients semaglutide and tirzepatide are not the same thing.

Tirzepatide acts on a glucose-dependent insulinotropic polypeptide (GIP) receptor and also as a GLP-1 receptor agonist. A dual effect. And both are satiety hormones naturally produced by the intestine, from the incretin class, but here molecularly altered for a much longer lifespan, maintaining a prolonged action of several days. That’s why the weekly dosage is very comfortable.

In all cases, the feeling of satiety increases and there is a delay in gastric emptying, which reduces the total food intake during the meal, helping with portion control. But, it can generate the side effects we talked about, mainly nausea. And the more intense this discomfort, the prediction of a positive effect may be greater. As logical as this association may seem, stating this requires further studies. On the other hand, this collaterality is very unpleasant and ends up being limiting in some cases, requiring a combination of anti-emetic drugs such as ondansetron, or in more severe cases, even discontinuation of the drug.

Eli Lily commissioned two surveys, SURMOUNT-3 and SURMOUNT-4, which indicated 26.6% weight loss over an 84-week period (0.317/week), which is more than the 15% people lost using Wegovy over a shorter period of 68 weeks (0.22/week). There is also the possibility of taking a higher weekly dose.

Mounjaro is administered in a similar way to other drugs, through subcutaneous injection, once a week, using a single-use disposable injector pen. The initial dose is 2.5 mg, increasing by 2.5 mg every four weeks until reaching the final dose of 15 mg, or the maximum tolerated dose.

There are trials that point to tirzepatide as the “best tolerated”. But it is necessary to take into account the fierce dispute between brands. Additional studies are needed to confirm this.

Just imagine, more significant weight loss and the potential for fewer side effects could make tirzepatide the best option in no time! But, I emphasize, it is still too early to say something like that on a conclusive basis.

Finally, we are just beginning to learn about these medications, and time is the best judge, as has happened with many drugs, which when launched, were the buzzword of the moment, but years later, were banned due to unobserved effects. in initial trials.

 

IT IS ALWAYS WORTH REINFORCEMENT THAT…

For both semaglutide and tirzepatide the trials had the good sense to state that the weight loss benefits occurred in conjunction with other lifestyle changes such as diet and exercise.

 

References

Kraftson, Griauzde, What Should I Know About Injectable Weight-Loss Medications? JAMA Internal Medicine Patient Page, March 11, 2024.

Garvey W Timothy, Tirzepatide once weekly for the treatment of obesity in people with type 2 diabetes (SURMOUNT-2): a double-blind, randomized, multicenter, placebo-controlled, phase 3 trial. Lancet, 2023 Aug 19;402(10402):613-626.

Wadden Thomas A, Tirzepatide after intensive lifestyle intervention in adults with overweight or obesity: the SURMOUNT-3 phase 3 trial, Nat Med 2023 Nov;29(11):2909-2918.

Receba nosso conteúdo

Tenha acesso em primeira mão às nossas novidades e programações especiais

A Lapinha se compromete em proteger e respeitar sua privacidade. Usaremos suas informações pessoais apenas para administrar sua conta e fornecer os produtos e serviços que você nos solicitou. Ocasionalmente, gostaríamos de entrar em contato sobre nossas ofertas, bem como sobre outros conteúdos que possam ser de seu interesse. Você pode optar por desinscrever-se de nosso mailing a qualquer momento.

Lar Lapeano de Saúde LTDA - CNPJ 75.189.597/0001-63. Todos os direitos reservados.