A “MEDICINA FAST HEALTHY”

 

Dra Jacy M. Alves, Médica da Lapinha, especialista em Endocrinologia e Metabologia

A Medicina não é uma ciência exata – isso todos sabem. As verdades podem ser transitórias. Mas vemos cada vez mais pessoas, principalmente as mais abastadas, procurando uma “Medicina Fast Healthy”, onde no anseio de terem vitalidade, função sexual compatível com atores de filmes adultos, a juventude eterna, o não sofrimento a qualquer custo, engolem diariamente pílulas “mágicas” ou compostos injetáveis (muitas vezes pagam uma verdadeira fortuna por isso) que prometem ser a cura para a sua insatisfação com a vida e seus propósitos. Existe certo ou errado? Sinceramente acredito que cada pessoa escolhe seus caminhos e tem autonomia, portanto, talvez essa dicotomia entre certo ou errado não seja a maneira mais correta de expressão, sendo que existem apenas escolhas diferentes, mas uma vez definindo o rumo é preciso aceitar as possíveis consequências.

 

A busca eterna do ser humano pela longevidade é justa?

Claro, afinal a grande maioria das pessoas não pensa muito sobre a finitude da vida, apesar de todos saberem da sua existência. Durante a era renascentista essa busca se limitava ao desejo de forma milagrosas de rejuvenescimento, como o banho na fonte da juventude. Houve uma guinada científica em 1889 com a publicação das auto-experiências de Brown-Séquart com extrato de testículos de animais, o que aparentemente melhorou sua vitalidade, força física e cognição. Este extrato, comercializado como o “Elixir da Vida”, foi vendido por décadas na Europa e América do Norte. No entanto, a replicação dos experimentos de Brown-Séquart demonstrou que tal extrato apresentava apenas concentrações homeopáticas de testosterona, insuficientes para exercer qualquer efeito biológico. Assim, o nascimento da Andrologia começou com um efeito placebo. Nas últimas décadas, a busca por compostos que possam a levar ao rejuvenescimento ganhou força, com a testosterona em primeiro plano. O diagnóstico de hipogonadismo masculino requer a presença de sintomas clínicos como libido baixa, disfunção erétil e fadiga, além da dosagem de testosterona realizada no mínimo em duas ocasiões no período da manhã, na ausência de doenças agudas ou graves. Embora as diretrizes de prática clínica das principais Sociedades Médicas do mundo defendam o tratamento com testosterona em homens com hipogonadismo orgânico, a testosterona continua a ser comercializada com uma droga maravilhosa com efeitos rejuvenescedores na função sexual, vitalidade e uma séries de outros supostos benefícios, não comprovados. Além disso, a epidemia crescente de obesidade, diabetes tipo 2, síndrome metabólica, condições que sabidamente podem associadas a menores níveis de testosterona, trouxe mais uma vez esse hormônio para o palco de discussões e centro de atenção. Embora o número de prescrições de testosterona tenha aumentado de forma avassaladora nas últimas duas décadas, estudos clínicos randomizados cuidadosamente conduzidos sugerem benefícios apenas modestos com o tratamento e em casos de hipogonadismo funcional, como muitas vezes ocorre na obesidade, diabetes tipo 2, essa alteração pode ser revertida tratando as doenças de base e com a mudança de estilo de vida, sem necessidade da reposição de testosterona, numa boa parte dos casos. Em relação à prescrição da testosterona, quando necessária, nos casos de hipogonadismo orgânico, permanecem as preocupações com a segurança, principalmente em homens idosos.

 

Nas mulheres, o abuso do uso de testosterona é ainda mais preocupante…

A situação onde esse hormônio poderia ser indicado seria o Transtorno do Interesse/Excitação Sexual Feminino. E vemos hoje a prescrição desse hormônio sem critérios e muitas vezes sem nenhuma indicação, para fins puramente estéticos, para aumentar a libido ou como uma “nova” forma de terapia hormonal da menopausa, em que muitas vezes não há sequer o uso adequado do estrogênio e progesterona (progesterona para mulheres que possuem útero, pois nas mulheres submetidas à histerectomia o uso de estrogênio não precisa ser acompanhado pelo uso de progesterona). A sexualidade feminina é complexa e não somente relacionada a hormônios como a testosterona. Fatores psicossociais como cultura, crenças religiosas, autoestima, depressão, traumas sexuais como abuso, tipo de relacionamento afetivo, estilo de vida, estresse, doenças e o uso de medicamentos influenciam a sexualidade feminina. O diagnóstico de perda do interesse nas relações sexuais e/ou falta de excitação se baseia na Classificação do DSM 5 e requer critérios bem específicos e precisam estar presentes no mínimo por 6 meses e devem causar angústia à paciente. O diagnóstico desta síndrome, o Transtorno do Interesse/ Excitação Sexual Femininoé realizado com base em critérios exclusivamente clínicos. A dosagem de testosterona não está indicada para o diagnóstico do Transtorno do Interesse/ Excitação Sexual Feminino, nem para avaliação de baixa função ovariana ou adrenal porque o método de dosagem utilizado mundialmente só permite discriminar o excesso de produção de testosterona, como para o diagnóstico de tumores e/ou outras doenças que levam a acne, hirsutismo e virilização. Testosterona total e sobretudo livre só devem ser dosadas na avaliação de hiperandrogenismo. Vale lembrar que no Brasil não existe testosterona para mulher que seja aprovada por órgãos de vigilância sanitária (ANVISA). Mundialmente, não é recomendado o uso de formulações masculinas para mulheres. O uso de Testosterona por mulheres, sem indicação e com medicamentos inadequados, pode levar a efeitos a curto e a longo prazo, dose-dependentes como acne, excesso de pelos, queda de cabelo, aumento do risco cardiovascular, engrossamento da voz, aumento do clitóris, além de dependência psicológica como depressão após a retirada, transtorno da imagem corporal (dismorfofobia, vigorexia) e transtornos alimentares (ortorexia). Essa é a informação que temos até hoje, com maior robustez de evidências, mas claro, cada um continua tendo o livre arbítrio para escolher os seus caminhos.

 

Em homens, a testosterona também não deve ser usada para libido baixa e depressão sem o diagnóstico de hipogonadismo.

O uso de testosterona para ganho de massa muscular é considerado doping em atletas profissionais e ilegal em amadores. Pode levar a efeitos adversos graves e irreversíveis como: aumento do coração e morte súbita, infertilidade, ginecomastia, problemas de fígado, policitemia e risco aumentado de trombose, edema, retenção urinária para pessoas com hipertrofia prostática, distúrbio do sono, supressão transitória ou definitiva da função testicular com parada da produção de testosterona endógena e necessidade de reposição de testosterona em longo prazo.

Você quer ter uma vida com maior bem-estar, sem limitações e mais saudável? O básico segue funcionando: alimentar-se de maneira saudável, praticar exercício físico regularmente, prezar pelo sono de qualidade, gerenciar o estresse, manter relacionamentos/conexões sociais saudáveis, não fumar e consumir bebida alcoólica com moderação, além de praticar a espiritualidade, de alguma forma, fazendo o bem.

 

SÓ PARA QUEM QUER VIVER MAIS E MELHOR

 

Marcielle Pereira, Nutricionista da Lapinha e Dr Daniel S. F. Boarim, Diretor Médico da Lapinha

Juntamos aqui, em poucas páginas, dicas das melhores sociedades médicas internacionais para uma vida mais longa e saudável. Também muito do que dizemos aqui, sobre os três níveis de autocuidado, vem do saber Lapinha, acumulado ao longo de mais de meio século. Saboreie, internalize e aplique!

 

CUIDADO DA ALIMENTAÇÃO

– Procure incluir boa variedade de alimentos na sua rotina. Ter sempre cinco cores diferentes no prato garante melhor nutrição e deixa a alimentação menos monótona.

– Cuide com os excessos, não tenha mais do que duas refeições ‘livres’ durante a semana.

-Os okinawenses (Japão) têm o costume dizer Hara hachi bu me (腹八分目/はらはちぶんめ), antes das refeições, um ensino confucionista que os lembra de não comer mais que 80%. Na prática, significa sempre sair da mesa com “um pouco de fome”, mas não faminto. Para mais detalhes leia nossa interessante matéria sobre as blue zones: https://bibliotecadeconhecimento.lapinha.com.br/segredos-dos-povos-mais-longevos-do-mundo/

– Coma devagar e mastigue muito bem cada bocado. Leve pelo menos 20 a 30 minutos para fazer as refeições irá garantir mais saciedade e menos desconforto digestivo.

– Mantenha uma boa hidratação: o ideal é fazer um cálculo de 30 a 35 ml x o peso corporal, e distribuir essa ingestão ao longo do dia, tomando menos líquido à noite. Quando o clima é quente e seco, a ingesta de água merece ainda mais atenção.

– Faça um planejamento das refeições: organize o menu da semana, a lista de compras e até elabore algumas preparações saudáveis e de rápido preparo para manter no freezer.  Isso irá facilitar sua rotina, diminuindo as chances de ‘sair do planejado’.

– Evite dietas muito restritas, exageradamente hipocalóricas! Procure fazer um acompanhamento nutricional sério para garantir o equilíbrio das suas refeições. Comer muito pouco por muito tempo, além de desnutrir, pode despertar o monstro da compulsão, tendo o efeito exatamente oposto – leva ao reganho de peso e maior engorda. Por isso, siga a orientação de uma nutricionista de orientação sensata. A Lapinha oferece um serviço de qualidade nessa área.

– A proteína é essencial à manutenção da massa muscular e equilíbrio nutricional. Porém, é crítico esclarecer que há muitas dietas da moda “para emagrecer” à base de proteínas, também chamadas “low carb”. Cuidado com essas dietas, que, embora levem a alguma perda de peso, são altamente pró-inflamatórias, estragando a microbiota do intestino e mostrando-se totalmente inadequadas! Não há base científica para recomendar tais dietas com elevados teores de proteína, muito acima do recomendado e necessário.  O equilíbrio é a chave da saúde. Para mais detalhes leia https://bibliotecadeconhecimento.lapinha.com.br/dieta-da-proteina-ajuda-a-emagrecer-ou-a-inflamar/

– Escolha “carboidratos do bem” para consumir no seu dia-a-dia: raízes como batata-doce, aipim, inhame, cereais integrais como aveia, arroz integral, quinoa, frutas e legumes – estas são as melhores fontes de carboidrato, proporcionando saciedade, energia e sensação de bem-estar. Consumir carboidratos refinados como guloseimas, refrigerantes e farinhas brancas fará com que aflore o desejo por açúcar e doces, roubando sua disposição e levando a ganho de peso.

– Se apesar da rotina saudável você comete um deslize ocasional, isso não significa que você ‘colocou tudo a perder’. Siga em frente com as melhores escolhas, na próxima refeição ou no dia seguinte.

– Suplementos podem ser úteis quando há deficiências e necessidades detectáveis, clínica e/ou laboratorialmente. Porém, há hoje uma tendência, pautada às vezes por modismo e mercenarismo, de prescrever suplementos demais, o que está longe do saudável. Infelizmente, essas práticas nada recomendáveis se ocultam às vezes sob as propostas da “medicina do estilo de vida”, “medicina integrativa” e até “nutrologia”, na verdade boas em sua essência.

 

CUIDADO DO CORPO

– Equilibre exercícios aeróbicos, musculação e alongamento. Assim como na dieta é necessário balanceamento, um exercício desequilibrado pode favorecer a ocorrência de lesões e não garante o melhor resultado.

– Busque sempre orientação e liberação médica para as atividades físicas, especialmente se você tem alguma condição patológica de fundo cardio-respiratório, metabólico ou ortopédico.

– Procure também uma orientação de um professor de educação física, e caso haja alguma limitação ortopédica, inclua um fisioterapeuta entre seus orientadores.

– Em geral se recomendam 30 minutos de exercícios planejados e orientados 5x por semana, e para emagrecer uma hora 5x por semana. Mas, veja bem, se você ainda não conseguiu atingir essa meta cientificamente estabelecida, saiba que sair do sedentarismo e começar com 2, 3 ou 4x por semana, desde que você tenha conte com boa orientação, já é um bom começo! Procure evoluir, avançar!

– Cuide do seu sono, mantenha uma rotina mais tranquila no final do dia e procure jantar algo leve, preferencialmente três horas antes de dormir. Isso garantirá um sono mais tranquilo e restaurador.

– O sono, aliás, é o mais importante regulador do biorritmo e participa da homeostase do corpo e da mente. Sono ruim aumenta o risco de doenças cardiovasculares, diabetes e até obesidade!

– Não postergue seu check up médico! Siga a periodicidade recomendada por seu médico e não negligencie os exames preventivos, como mamografia, US mamário, exames de próstata, screening laboratorial, etc.

– Preste atenção na saúde da sua coluna vertebral! Sente-se e caminhe ereto, corrija sua postura.

– Manter o peso saudável, com boa composição corporal (massa magra x massa gorda) é, por unanimidade, essencial à qualidade de vida. Emagrecer requer, todo mundo sabe, atenção plena ao binômio alimentação-exercícios. Mas há um terceiro fator, sem o qual não se consegue sustentar qualquer avanço ou conquista: estamos falando de estratégias comportamentais, que implicam uma virada pra valer na “chavinha mental”. Conheça nosso programa “Emagreça e continue magro”, baseado no consagrado protocolo do Intensive Lifestyle Intervention. Idealmente, entre contato conosco semanas ou meses antes de vir, para já ir se preparando! O resultado é bem melhor assim, e vai requerer também acompanhamento de longo prazo!

– A abstinência de vícios, drogas ilícitas, álcool e fumo, é reconhecidamente condição para desfrutar boa qualidade de vida. Embora a Lapinha NÃO trate dependências químicas como drogadição nem alcoolismo, tratamos sim o tabagismo, DESDE que não haja outras dependências sobrepostas. Importante entrar em contato conosco pelo menos um mês antes, para fazer uma consulta com o médico responsável pelo programa e começar o tratamento antes de vir – esse é o protocolo baseado no melhor resultado! Entender, nesses casos, que você precisa de ajuda, é o primeiro passo rumo à superação!

– O jejum intermitente é uma prática saudável para o corpo e a mente, desde que adotado de forma sensata. Cuidado! As mídias vêm vandalizando esse assunto. Para informações sérias, com embasamento científico leia: https://bibliotecadeconhecimento.lapinha.com.br/jejum-intermitente-beneficios-e-insanidades/

 

CUIDADO DA MENTE

– Vivemos o tempo todo sob intenso bombardeio de estressores. A prevalência atual de transtornos emocionais e mentais é algo sem precedentes na história médica. Pecamos por dedicar pouco tempo à saúde, ao descanso mental e ao equilíbrio espiritual. Aliás, a maioria de nós só se preocupa com saúde quando cai doente! Aqui mora uma das principais causas de sofrimento tanto do corpo como da mente, que funcionam como uma unidade inseparável!

– O que pode nos ajudar a lidar com tantos estressores e alcançar equilíbrio emocional? Tudo o que listamos anteriormente, dentro do cuidado da alimentação e do corpo, são meios de fortalecer a unidade corpo-mente, nossa resistência e resiliência. Exercícios, alimentação saudável, e práticas de gestão do estresse merecem o primeiro lugar na nossa agenda. Lembre-se do óbvio negligenciado: Sem saúde, sem os cuidados que a saúde pede, nossa produtividade e alegria de viver caem drasticamente. Não compensa colocar tudo isso em segundo ou terceiro plano!

– Respirar fisiologicamente, separando pelo menos dois momentos no dia para praticar exercícios respiratórios, é uma das dicas mais simples e eficazes para enfrentamento do estresse! A respiração correta é essencial à boa oxigenação e nutrição do corpo e da mente. Ajuda a conter a ansiedade, mantendo-nos mais calmos, além de promover boa digestão e homeostase metabólica.

– Vale reforçar aqui o papel de destaque do sono na manutenção e recuperação da saúde integral! A maioria das pessoas dorme mal por questões perfeitamente corrigíveis. A higiene do sono é, nesse caso, um dos primeiros passos para as pazes com a saúde. A Lapinha oferece um programa muito bem desenhado, denominado “BEM DORMIR LAPINHA”. Entre em contato conosco pelo menos um mês antes de vir, para você receber orientações e, ao ingressar no programa, ser atendido por nossa médica especialista em medicina do sono e já começar o tratamento. Fazendo assim, os resultados são bem melhores. É um tratamento de longo prazo!

– Religiosidade e fé no Ser Superior, funcionam comprovadamente como poderosas blindagens anti-estresse. Pesquisas revelam que pessoas religiosas vivem mais e melhor.

– Práticas regulares de gestão do estresse, além da respiração, como massoterapia e acupuntura, podem fazer a diferença.

– Não hesite – e isso é muitas vezes indispensável – em procurar ajuda de um psicoterapeuta e de um psiquiatra, profissionais da saúde mental.

A MAYR KUR E O JEJUM INTERMITENTE

 

Dr. Daniel S. F. Boarim, MD

Lapinha SPA, Lapa, PR Brazil

 

Quando os seres humanos viviam em ambientes em que a comida era relativamente escassa, seu organismo aperfeiçoou mecanismos metabólicos que deveriam funcionar com o máximo de eficiência. Por isso desenvolvemos um genótipo poupador. Poupador e estocador de energia para os tempos de escassez, sazonais nos tempos primitivos.

Hoje, no mundo industrializado, há comida demais o tempo todo, com excedente de calorias. Por isso nosso ambiente tornou-se intensamente obesogênico. Pior que isso, o padrão alimentar ocidental é, reconhecidamente, um caldo de cultura ideal para a quase totalidade das doenças crônicas.

Em geral comemos demais, em várias refeições. Comemos errado e com frequência exagerada. Virou até tradição ensinar que precisamos comer de três em três horas, até 6 refeições ao dia, ensinamento que, embora tenha se tornado tradicional até nos meios acadêmicos, carece de base científica!

A MAYR PREVENT preconiza um período de repouso metabólico caracterizado por jejum assistido sem desnutrição, catarse intestinal monitorada e reeducação do estilo de vida, o que na prática clínica vem contribuindo de modo animador para mudanças sustentáveis, como reordenamento alimentar, que envolve aspectos quantitativos, qualitativos, modais e fracionais. Em outras palavras, a MAYR PREVENT vem contribuindo para melhora geral da saúde e prevenção de doenças que envolvem fatores modificáveis do estilo de vida. E isso representa a maior parte das doenças que hoje superlotam nossos hospitais. Certamente, um benefício considerável para a nossa qualidade de vida, e que mereceria mais atenção dos pesquisadores e médicos.

Outro aspecto a pontuar aqui é a relação entre o jejum fisiológico cíclico e a microbiota do intestino, cujo equilíbrio previne a inflamação crônica de baixo grau, fortemente associada às doenças crônicas. Essa é, sem dúvida, mais um componente dessa complexa equação que ajuda a explicar, com sólida base científica, os notáveis benefícios clínicos obtidos pela MAYR PREVENT. Em outra publicação, pretendemos abordar especificamente o badalado tema da microbiota do intestino (Matias Perez D. et al, 2022).

 

O jejum intermitente desafia o metabolismo e aumenta nossa resistência a doenças

Quando mudamos nosso hábito, diminuímos as calorias e adotamos um programa sensato de jejum intermitente fisiológico, sem desnutrição, que ajuda a regular os ciclos alimentação-jejum e sono-vigília, colocando nosso metabolismo de novo “nos eixos”, finalmente desafiando mente e corpo a voltarem ao peso normal e à saúde ideal. E isso é feito com louvor pela MAYR PREVENT.

Explicando melhor, todos os organismos, inclusive o nosso, estão programados para desenvolver meios de autopreservação, tanto mentais como corporais, que funcionem cada vez com mais eficiência. E o jejum é um desafio que, de acordo com as pesquisas, parece aperfeiçoar esses meios de autopreservação.

Podemos afirmar hoje, a partir de numerosos estudos, que o jejum intermintente desafia o cérebro e os vários sistemas de controle nutroneurometabólicos, que respondem adaptativamente às condições “adversas” (o nome técnico disso é HORMESE), melhorando as habilidades do indivíduo e otimizando o desempenho de suas funções, o que aumenta a resiliência ao estresse e às doenças (Mattson et al., 2017).

 

MAYR PREVENT – um programa assistido de jejum intermitente

A MAYR PREVENT é, sem dúvida, um tipo de jejum intermitente, pois não só diminui as calorias totais por um período de 2 a 3 semanas, mas também as variedades de alimento nas refeições, e diminui o período de alimentação diurna, com jejum entre a primeira e última refeção que pode ir de 14 a 16 horas, conforme o plano alimentar. E é exatamente essa a práxis do jejum intermitente (Mattson et al., 2017).

Por falar em 3 semanas de jejum intermitente, estudos revelaram que esse período intensivo de três a quatro semanas parecia adequado, em modelos experimentais, para otimizar os marcadores metabólicos de saúde, ao passo que períodos muito longos podem ser deletérios (Cerqueira et al., 2011). Interessantemente, o Dr Mayr recomendava a princípio períodos de 3 semanas de dieta, que hoje sabemos ser adequado inclusive para propiciar mudanças sustentáveis no microbioma intestinal.

Estudos recentes também pontuam que, a mudança do microbioma intestinal é uma das principais bases do benefício sistêmico do jejum intermitente em muitas doenças, como a esclerose múltipla (Cignarella F et al, 2018).

A moral da história é que, prolongar o jejum por tempo excessivo, ou não dar tempo suficiente para a natureza agir através das suas vias de sinalização metabólica, resultam em resultados falhos. E excesso de restrição para pessoas idosas e debilitadas, pode gerar desnutrição e sintomas de má adaptação, além de favorecer perda de massa muscular.

Quando, porém, adequadamente indicado e conduzido, o jejum intermitente conta com numerosos estudos científicos que apóiam seus benefícios.

A Mayr Kur é, documentadamente, uma das modalidades de jejum intermitente mais praticadas e aprimoradas na atualidade, contando com numerosas clínicas médicas na Europa e outras partes do mundo (no Brasil, a Lapinha) que o aplicam com criterioso acompanhamento médico, e individualização de conduta.

 

Quais os benefícios do jejum intermitente?

Nos estudos científicos, os diferentes tipos de jejum intermitente apresentaram efeitos benéficos sobre vários indicadores de saúde em animais experimentais, e também em humanos (Anton SD et al., 2018).

Foram documentados benefícios significativos em doenças relacionadas com a idade, como diabetes, males cardiovasculares, hipertensão arterial, Parkinson, Alzheimer, esclerose múltipla, obesidade, entre muitas outras patologias (Mattson et al, 2017, Jeong JH et al 2018, Mc Carty MF, 2015).

Entre os indicadores fisiológicos de saúde que apresentam nítida melhora como resultado do jejum intermitente, tanto em modelos  animais como em humanos, podemos destacar:

  1. Os níveis de insulina e leptina diminuem, e isso acontece paralelamente ao aumento da sensibilidade a ambos os hormônios;
  2. A gordura corporal diminui;
  3. Os níveis de cetona aumentam;
  4. A freqüência cardíaca e a pressão arterial de repouso diminuem, e a variabilidade da freqüência cardíaca aumenta (resultante do aumento do tonus parassimpático), que é um indicador de saúde cardiovascular;
  5. A inflamação sistêmica diminui, provavelmente via mudança da microbiota intestinal para um padrão mais simbiôntico;
  6. O cérebro e o coração ficam mais resistentes ao estresse (por exemplo, verificou-se uma redução do dano tecidual e uma melhoria do resultado funcional após acidente vascular cerebral e infarto do miocárdio);
  7. Maior resistência ao diabetes;
  8. O início e a progressão da disfunção e degeneração neuronal em modelos animais são retardados, o que melhora o prognóstico das doenças de Alzheimer, Parkinson e Huntington nesses modelos experimentais.

Hoje há vários estudos estão começando a desvendar os mecanismos celulares e moleculares pelos quais o jejum aumenta a resistência das células, tecidos e órgãos ao estresse e às doenças comuns, associadas ao envelhecimento e a estilos de vida sedentários e exagerados.

Os resultados de estudos em humanos, nos quais vários indicadores de saúde são medidos no início e após o jejum, sugerem que o jejum intermitente pode proteger contra a síndrome metabólica e os vários distúrbios associados, incluindo diabetes e doença cardiovascular.

Estudos sobre o pacientes com câncer (Safdie et al., 2009) e esclerose múltipla (Choi et al., 2016) produziram resultados muito promissores. Tudo isso constitui forte razão para avançar com testes clínicos mais amplos em pacientes com desordens relacionadas a cronicidade e à obesidade.

 

Qual é o mecanismo pelo qual o jejum intermitente melhora a saúde e combate a doença?

Os estudos científicos estão revelando mais e mais rotas ativadas e/ou inibidas pelo jejum, que ajudam a entender o porquê dos benefícios. De modo simplificado, são ativadas numerosas vias de sinalização adaptativas de resposta ao estresse celular, que levam a três resultados finais:

  1. Aumentam a capacidade mitocondrial de produzir energia,
  2. Reparam o DNA e
  3. Promovem a autofagia (que leva à renovação da célula, em vez de sua morte por apoptose).

O jejum intermitente também promove a regeneração de células tronco e produz efeitos metabólicos de longa duração, além de notáveis ações neuroprotetoras (Mattson et al, 2018).

Nossos sistemas metabólico, endócrino e nervoso apresentam altos níveis de desempenho físico e mental quando no estado de jejum assistido, em condições adequadas. Estudos de animais de laboratório ajudaram a explicar os mecanismos celulares e moleculares pelos quais os indivíduos respondem ao jejum de maneiras que podem aumentar sua aptidão geral, sua resistência a lesões e a uma grande variedade de doenças (Longo and Matson, 2014).

A maioria dos ensaios clínicos randomizados controlados em humanos envolveram uma restrição de energia de 60 e 75% (500-800 kcal) em dias alternados ou em dois dias consecutivos por semana. Embora os resultados possam diferir quantitativamente, dependendo do padrão de jejum intermitente, todos os regimes resultaram em alterações metabólicas semelhantes (Johnson et al., 2007; Wan et al., 2010), a saber:

  1. Manutenção dos níveis de glicose no sangue na faixa normal baixa;
  2. Depleção ou redução de estoques de glicogênio;
  3. Mobilização de ácidos graxos e geração de cetonas (fatore de neuroproteção);
  4. Redução da leptina circulante (e isso previne o câncer);
  5. Muitas vezes, elevação dos níveis de adiponectina (“hormônio do bem” produzido quando o tecido adiposo está nas proporções adequadas);
  6. Elevação do BDNF ou fator neurotrópico derivado do cérebro (fator de proteção e regeneração do sistema nervoso).

Alterações comportamentais que ocorrem durante o período de jejum incluem maior alerta ou excitação, e aumento da acuidade mental (Fond et al., 2013).Tanto a mudança metabólica para a utilização de cetona, quanto respostas do cérebro e do sistema nervoso autônomo à privação, desempenham papéis importantes na promoção da saúde e resistência à doença.

Em ratos hiperfágicos (“gulosos”) e obesos, o jejum intermitente inverte a tendência de resistência à insulina, reduzindo os níveis circulantes de insulina e leptina (Duan et al., 2003a). Isso é ótimo na prevenção das complicações da obesidade, principalmente o diabetes e o câncer.

 

Relação entre câncer e obesidade, e o papel preventivo do jejum intermitente

O controle do peso reduz o risco de incidência de treze tipos de câncer que têm sido associados à obesidade (Renehan et al., 2008, WCRF, 2014; Goodwin et al., 2015). Evidências de que o jejum intermitente pode reduzir o risco de câncer vêm de seus efeitos sobre vários biomarcadores de risco de câncer, como insulina, citocinas, moléculas relacionadas à inflamação, leptina e adiponectina, relacionados à adiposidade e ingestão excessiva de energia (Hursting et al., 2012; Wei et al., 2016).

Reduções em um hormônio que estimula o crescimento celular chamado IGF-1 (redução de 15%) foram reportadas em indivíduos normais e com sobrepeso que tinham seguido o jejum intermitente de uma dieta baixa em proteínas e baixa energia, por tempo limitado (0,25 g proteína/kg peso, 34-54% do normal ingestão de energia) (Brandhorst et al., 2015). Os efeitos do jejum intermitente em relação à resistência à insulina e risco de diabetes podem ter um importante papel na proteção contra cânceres relacionados à obesidade (Goodwin et al., 2015).

A leptina, produzida pelo tecido adiposo, está relacionada à progressão do câncer. A principal função da leptina é regular o balanço de energia. No entanto, indivíduos obesos rotineiramente desenvolvem resistência à leptina, resultando no acúmulo desse hormônio. Portanto, os níveis de leptina são muitas vezes cronicamente elevados na obesidade humana. Níveis elevados de leptina estão relacionados a maior incidência, maior progressão e pior prognóstico de vários cânceres humanos.

Além do tecido adiposo, as células cancerosas também podem secretar leptina e superexpressar os receptores de leptina. Sabe-se que a leptina atua como um factor mitogênico (faz o câncer crescer), inflamatório e pró-angiogênico (aumenta a nutrição do tumor), que induz a proliferação de células cancerígenas e a angiogênese tumoral. Além disso, a sinalização da leptina induz as células-tronco cancerígenas, que estão envolvidas na recorrência do câncer e na resistência aos medicamentos (LIpsey CC et al, 2016).

 

Conclusão

Estamos vivenciando um momento memorável de grandes e novas revelações científicas sobre velhos axiomas médicos. O jejum como instrumento de cura é tão antigo como a humanidade.

Mas a medicina contemporânea preferiu por muito tempo ignorar esse marco da sabedoria milenar, até que uma avalanche de estudos científicos – especialmente após o prêmio nobel de medicina Dr Yoshinuri Oshumi, – reuniram evidências contundentes sobre a validade desse método já testado e aprovado desde tempos imemoriais. Aqui só apresento uma amostra muito pequena de trabalhos científicos sobre o assunto, que hoje se contabilizam às centenas.

A MAYR PREVENT, como técnica de jejum assistido e individualizado, atende bem aos atuais reclamos da prática médica, oportunizando, pela primeira vez em séculos, no universo da cura pelo jejum, um salutar diálogo entre o saber ancestral e a academia contemporânea.

Por que não começarmos a introduzir, com bom senso e segurança, a cultura do jejum intermitente em nosso plano pessoal de saúde, com vistas à longevidade e qualidade de vida? Desde que aplicado com sensatez, equilíbrio e não haja contra-indicação, não há motivo para duvidar dos benefícios que podemos auferir.

A Lapinha,  que há q 50 anos trabalha com várias modalidades de jejum, com ênfase à MAYR PREVENT, reúne uma casuística cada vez mais robusta de centenas de pacientes que experimentaram e continuam experimentando de modo inequívoco os benefícios que a ciência hoje atribui ao jejum intermitente e á melhora da microbiota do intestino.

 

 

Referências científicas

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Brandhorst, S., Choi, I.Y., Wei, M., Cheng, C.W., Sedrakyan, S., Navarrete, G., Dubeau,L., Yap, L.P., Park, R., Vinciguerra, M., Di Biase, S., Mirzaei, H., Mirisola, M.G.,Childress, P., Ji, L., Groshen, S., Penna, F., Odetti, P., Perin, L., Conti, P.S., Ikeno, Y.,Kennedy, B.K., Cohen, P., Morgan, T.E., Dorff, T.B., Longo, V.D., 2015. A periodic diet that mimics fasting promotes multi-system regeneration, enhancedcognitive performance, and healthspan. Cell Metab. 22, 86–99.

 

Cerqueira, F.M., da Cunha, F.M., Caldeira da Silva, C.C., Chausse, B., Romano, R.L.,Garcia, C.C., Colepicolo, P., Medeiros, M.H., Kowaltowski, A.J. Long-termintermittent feeding, but not caloric restriction, leads to redox imbalance,insulin receptor nitration, and glucose intolerance. Free Radic. Biol. Med. 51,1454–1460, 2011.

 

Choi, I.Y., Piccio, L., Childress, P., Bollman, B., Ghosh, A., Brandhorst, S., Suarez, J.,Michalsen, A., Cross, A.H., Morgan, T.E., Wei, M., Paul, F., Bock, M., Longo, V.D.,2016. A diet mimicking fasting promotes regeneration and reducesautoimmunity and multiple sclerosis symptoms. Cell Rep. 15, 2136–2146.

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